‘Eu não esquecerei’, diz Rosa Weber sobre morte de quilombola na Bahia
Presidente do CNJ havia se encontrado em julho com Bernadete Pacífico, morta na última quinta-feira
A presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Rosa Weber, declarou nesta terça-feira, 22, que o Judiciário está comprometido com as investigações do assassinato da líder quilombola baiana Bernadete Pacífico, a Mãe Bernadete, assassinada a tiros na última quinta-feira, 17. “Eu não esquecerei e o CNJ continuará se empenhando pelo esclarecimento desse bárbaro assassinato”, afirmou a ministra, que também é presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
Rosa Weber e Mãe Bernadete haviam se encontrado no último dia 26 de julho na Bahia, estado com maior população de origem quilombola no país. Na ocasião, a ministra visitou o Quilombo Quingoma, no município de Lauro de Freitas, e ouviu a líder da comunidade sobre a violência contra o povo quilombola e a discriminação sofrida pelas religiões de matriz africana no Brasil. No mesmo mês, a presidente do CNJ instituiu um grupo de trabalho para discutir a colaboração do Judiciário com ações de posse, propriedade e titulação dos territórios em que vivem as comunidades quilombolas — após a notícia da morte de Mãe Bernadete, a ministra determinou que as reuniões do grupo sejam antecipadas.
Bernadete Pacífico foi vítima de homicídio por dois homens na sala de sua casa no Quilombo Pitanga dos Palmares, na cidade baiana de Simões Filho, na noite de 17 de agosto. No momento do crime, a ativista estava na companhia de três netos: Wellington Gabriel de Jesus dos Santos, de 22 anos, e dois adolescentes de 12 e 13 anos. Wellington relatou à polícia que estava num quarto ao lado quando os criminosos entraram na casa, renderam a avó e os dois jovens e o mandaram deitar no chão — ele ouviu Mãe Bernadete perguntar “É assalto?” antes de escutar os tiros e encontrar a líder quilombola morta ao deixar o cômodo.