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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Em Paris, Barroso justifica ‘um certo protagonismo do Supremo’

Em meio a críticas por suposta interferência do Judiciário na política, presidente do STF lista particularidades da Constituição no Brasil

Por Bruno Caniato Atualizado em 13 out 2023, 17h43 - Publicado em 13 out 2023, 17h02

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, apresentou uma série de razões que explicam, em sua visão, “um certo protagonismo” desempenhado pelo STF em relação às atividades das Supremas Cortes em outros países. As declarações foram dadas nesta sexta-feira, 13, no discurso de abertura do evento empresarial Fórum Esfera Brasil Internacional, em Paris.

Segundo o ministro, o Brasil tem uma Constituição mais abrangente que a de outras grandes democracias, que em geral se limitam à organização do Estado e dos poderes políticos e a definição dos direitos fundamentais – a Carta Magna brasileira, disse, engloba também os sistemas tributário, previdenciário, de saúde, educação, proteção ambiental, proteção da comunidade indígena, da família, criança e adolescente, cultura e meios de comunicação. “Trazer uma matéria para a Constituição é, de certa forma, tirá-la da política e trazê-la para o direito”, afirmou Barroso.

Outra pontuação feita pelo ministro é a relativa facilidade de acesso ao STF por meio de ações diretas que, além dos poderes Executivo e Legislativo, podem ser movidas por partidos, entidades de classe e confederações sindicais. Segundo Barroso, isso torna possível que leis e políticas públicas sejam questionadas com mais frequência mediante o Supremo.

Além disso, o presidente da Corte destacou que as sessões do STF são integralmente televisionadas, ao contrário do que ocorre em outros países – dada a grande quantidade de temas políticos, econômicos e sociais discutidas pelo tribunal, isso aumenta a exposição pública dos julgamentos e incentiva uma cobertura mais extensa por parte da imprensa. “Com muita frequência, é preciso vir ao espaço público e explicar o que está acontecendo”, declarou.

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As justificativas de Barroso vêm em momento de acalorado debate na esfera pública sobre o papel do Judiciário na política brasileira. Nos últimos meses, têm se intensificado os questionamentos de parlamentares – principalmente, ligados à oposição ao governo – em relação a uma suposta interferência do STF em temas que seriam de competência do Legislativo, como demarcação de terras indígenas e descriminalização do aborto e da posse de drogas para consumo próprio.

O ministro, inclusive, citou um dos casos que geraram controvérsia nas últimas semanas – o retorno do imposto sindical obrigatório, que havia sido extinguido pela reforma trabalhista sancionada em 2017 e foi reinstituído por decisão do Supremo em setembro. Barroso explicou que o STF validou a nova legislação, à época, e que a reversão da norma foi “um grande equívoco que é preciso superar”.

Entre outras pautas, o presidente do Supremo abordou a insegurança jurídica no país, particularmente na complexidade do sistema tributário, que, segundo ele, pode ser parcialmente atribuída à “voracidade fiscal do Estado” e representa uma barreira aos investimentos da iniciativa privada no Brasil. “Temos um grande problema nessa área e penso que a reforma tributária pode ajudar a diminuí-lo”, pontuou.

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