Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

Maquiavel

Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Como surgiu a mentira bolsonarista sobre ‘a sala secreta’ do TSE

Presidente Jair Bolsonaro confunde apuração dos votos, aberta a qualquer cidadão, com a soma final dos boletins no tribunal; fake news não é nova

Por Da Redação 11 Maio 2022, 11h50

A sugestão de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teria uma “sala escura” ou “secreta”, em que a apuração dos votos seria feita de forma sigilosa, teve de ser rebatida em uma manifestação técnica da Corte nesta semana, mas não é a primeira vez que esse assunto aparece no debate público. Em julho do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a dizer que “a apuração dos votos é feita por meia dúzia de pessoas, de forma secreta” em “uma sala lá do TSE”, mas omitiu que o resultado pode ser checado por qualquer cidadão.

A tese da suposta apuração em uma “sala secreta” é baseada em relatos imprecisos, e às vezes mentirosos (que têm o presidente como origem), que circulam sobre o processo de totalização (ou soma) dos votos. Na verdade, a apuração dos votos é feita automaticamente em cada urna eletrônica e as informações são impressas nos chamados boletins de urna.

Uma via do boletim é sempre afixado nos locais de votação logo após o encerramento da votação, e fica disponível para cidadãos, fiscais nomeados por partidos políticos e diversas entidades. A apuração e a divulgação dos resultados da votação local são feitas, pelas regras do TSE, antes do envio dos dados ao tribunal superior – o que ocorre de forma criptografada, em uma rede particular sem conexão com a internet.

No TSE, é feita apenas a totalização dos votos, ou seja, a soma do que já consta em cada boletim de urna produzido nas seções eleitorais do país. O resultado dessa totalização, sim, de fato costuma ficar restrito a um pequeno grupo de técnicos do TSE até que as urnas sejam fechadas em todo o país – o último estado a encerrar a votação é o Acre, normalmente com duas horas de atraso em relação ao horário de Brasília.

Eleição de 2014

Segundo o TSE, em 2014 esse processo chamou mais atenção do público por causa do horário de verão, que entrou em vigor entre o primeiro e o segundo turno daquele ano. Isso fez com que a contagem dos votos em tempo real fosse aberta uma hora mais tarde do que o costume (a Região Norte não aderiu ao horário de verão).

Continua após a publicidade

A sala do TSE já foi tema inclusive de uma reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, logo após as eleições de 2014. Naquele ano, eram 23 funcionários com acesso a essa sala, que pelas normas do tribunal tinham de ficar incomunicáveis. O próprio presidente do TSE – em 2014, o ministro Dias Toffoli – e outros ministros da Corte não tiveram acesso à sala antes que todas as urnas tivessem fechado no Acre. A justificativa para o sigilo é que, caso os resultados no restante do país sejam divulgados antes do fechamento das urnas, isso poderia influenciar a votação em alguns locais.

A restrição ao processo de soma dos votos, porém, não significa que a apuração é sigilosa. Pelo contrário: o resultado de cada urna é conferido pelos partidos e está disponível a qualquer cidadão. O resultado das urnas fixado nas seções eleitorais, que sai diretamente da urna, pode ser comparado com os dados que constam na totalização feita no TSE – e se houver qualquer divergência, isso pode ser alvo de denúncia. O TSE diz que, desde a adoção das urnas eletrônicas, nunca houve caso em que o resultado do boletim de urna tenha sido diferente do que foi totalizado no tribunal.

No ofício em que respondeu a comentários do Ministério da Defesa, o TSE também lembra que a soma de votos não é feita apenas na sede da Corte em Brasília. Os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) também fazem a totalização dos votos em cada estado do país. “A possibilidade de realização de totalizações paralelas é uma realidade existente, facilitada e, inclusive, fomentada pela Justiça Eleitoral há muito tempo”, diz o documento do tribunal. “É com esse espírito que a Justiça Eleitoral, a título de exemplo, disponibiliza todos os boletins de urna em seus sítios da Internet, e é pelo mesmo motivo que os dota de QR Codes, permitindo que qualquer instituição proceda a suas próprias totalizações.”

Continua após a publicidade

Checagem em tempo real

Nas eleições deste ano, deve ser mais fácil acompanhar a apuração dos votos. O TSE agora tem um aplicativo de celular que permite comparar o resultado do boletim de urna com o que é considerado na totalização feita pelo sistema do TSE. Cada boletim impresso terá um QR Code, que permite a qualquer um ter uma cópia digital do boletim e comparar com os dados da soma divulgada no sistema do TSE. Diferentemente de 2014, a ideia é que o cidadão possa fazer essa checagem em tempo real.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.