O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal na gestão Jair Bolsonaro, Silvinei Vasques, que prestou depoimento nesta terça, 20, na CPMI do 8 de Janeiro, ingressou, entre os dias 5 de maio e 18 de junho, com 118 ações judiciais contra pessoas que falaram dele nas redes sociais, uma média de 2,6 por dia corrido. Os processos, movidos em diversas comarcas de Santa Catarina, são de danos morais, com pedidos de indenização em torno de 50.000 reais cada, em média.
Entre os políticos o mais processado é o deputado federal André Janones, com sete ações. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também é alvo do ex-chefe da PRF, assim como o deputado Ivan Valente (PSOL) e a ex-deputada Joice Hasselmann.
A maior parte dos citados são desconhecidos que se manifestaram pelas redes sociais. Em geral, as peças iniciais da defesa de Silvinei Vasques são todas iguais, destacando a atuação dele como agente público. “O demandante sempre buscou ser bom irmão, bom filho e viver de acordo com as regras da boa convivência social (…), o jurisdicionado, no exercício de seu labor, nunca atuou sob a dependência de sentimentos menores – preguiça, vingança, ganância. Ao contrário, sempre bem desempenhou, no interesse público, as atribuições dos cargos e das funções para as quais foi designado”.
Na sequência, Silvinei relata a ofensa. No caso de Gleisi, ela o chamou de delinquente. “STF manda desobstruir rodovias, multar arruaceiros de Bolsonaro e prender o diretor-geral da PRF se ele não se comportar à altura do cargo. Esse delinquente está comprometendo a imagem da polícia”, diz a presidente do PT.
Os processos ainda não foram julgados e há casos em que os acusados não foram citados.