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Estamos próximos de um teste que comprove a cura do câncer?

Estudos mostram que exames já conseguem detectar as chances de cura do paciente e seu risco de reincidência

Por Fernando Maluf
Atualizado em 28 out 2019, 13h38 - Publicado em 28 out 2019, 13h29
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  • Como saber se uma pessoa está realmente curada de um câncer? Infelizmente ainda não existe nenhum teste que nos dê a certeza de que as células doentes foram eliminadas do corpo do paciente, seja qual for o tipo de tumor.

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    Mas um estudo conduzido no Reino Unido parece traçar um novo caminho. Os pesquisadores avaliaram a utilização de um exame de sangue para detectar doenças micrometastáticas em mulheres supostamente curadas de câncer de mama. A técnica detecta fragmentos do DNA do tumor, como se fosse uma digital bem discreta da presença do câncer. Os resultados preliminares da pesquisa foram publicados no JAMA Oncology

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    O estudo

    Este estudo acompanhou 101 mulheres com câncer de mama localizado, que foram tratadas com cirurgia e quimioterapia. Essas pacientes foram avaliadas antes do início do tratamento, acompanhadas a cada três meses no primeiro ano de seguimento e, depois, a cada seis meses. 

    Os médicos usaram um teste bastante detalhado, chamado PCR, que analisou o chamado “DNA tumoral circulante” para avaliar a presença residual do câncer. A proteína C-reativa é um marcador, cuja concentração sanguínea sobe consideravelmente quando há indicativo de processos inflamatórios ou infecciosos, um sinal que sugere a existência de células do tumor circulando no sangue, mesmo se a cirurgia tiver removido o tumor primário.

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    O que foi visto é que mulheres que tiveram, mesmo após o tratamento quimioterápico e cirúrgico, a presença de DNA tumoral circulante, apresentaram uma chance de recidiva 25 vezes maior do que pacientes sem este marcador. Do mesmo. modo se a presença do DNA circulante aumentou a chance de recidiva em 5.8 vezes, sugerindo que antes do diagnóstico já havia tumor micrometastático. 

    O que isso significa?

    Os pesquisadores consideram que este pode ser um dos maiores avanços para o tratamento e acompanhamento de pacientes com câncer de mama num futuro próximo. Os autores afirmam que “a detecção do DNA circulante durante o acompanhamento está associada a um alto risco de recaída futura de câncer de mama em estágio inicial. Estudos prospectivos são necessários para avaliar o potencial da detecção de recaídas moleculares para orientar a terapia adjuvante”.

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    Os resultados desse estudo são animadores e importantes porque, num futuro próximo, pessoas que não tiverem mais vestígio de câncer após a cirurgia vão ser poupadas de tratamentos desnecessários, evitarão efeitos colaterais causados pelos tratamentos oncológicos, com um custo menor para o sistema.

    Outro ponto importante é que, quando cuidamos de pacientes com doença micrometastática, temos a possibilidade de mudar o tratamento antes da metástase aparecer, propiciando um melhor prognóstico.

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     Outras descobertas

    A mesma edição do JAMA Oncology  trouxe outro estudo sobre câncer de intestino, utilizando  o mesmo teste sanguíneo. Os resultados mostraram que quando estes fragmentos de DNA tumoral circulante estavam presentes, a chance de recidiva da doença foi de 70%. 

    Estes testes já mostraram resultados promissores também em casos de próstata, pulmão, bexiga, melanoma.  Agora deverão ser aplicados em bases de escala maior para, em pouco anos, estarem disponíveis. 

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    Creio que podemos estar diante de um dos maiores avanços da Oncologia, capaz de diminuir muito o número de visitas aos médicos, os transtornos comuns ao tratamento e a insegurança psicológica que, infelizmente, ainda atinge o paciente.

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