A silenciosa rendição de Bolsonaro
Ele reconheceu os resultados eleitorais sem lamúrias ou falsidades sobre os votos, as urnas e o sistema de votação
Seis horas e meia. Esse foi o tempo que a Justiça Eleitoral levou para contar os votos em 472 mil urnas, com relatórios de votação exibidos quase em tempo real. Um sucesso.
Os resultados foram proclamados e não houve “nenhuma contestação”, notou Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ainda na noite de domingo.
Jair Bolsonaro não reclamou dos seus 51 milhões de votos. Também não se queixou da expansão da sua base parlamentar: PL, PP e Republicanos avançaram de 101 para 187 deputados, e a partir de fevereiro passam a dominar 36% dos votos disponíveis no plenário da Câmara.
Bolsonaro, que está completando duas décadas e meia de sucessivas eleições pelo voto eletrônico, atravessou os últimos três anos empenhado numa campanha de descrédito sobre o sistema de votação. Lançou, quase diariamente, suspeitas de fraudes eleitorais, sem jamais apresentar uma prova.
Reconheceu os resultados sem lamúrias ou falsidades sobre os votos, as urnas e o sistema de votação. Rendeu-se à realidade. Em silêncio.