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Por Raquel Carneiro
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Como ‘Rivais’ inaugura fase madura e poderosa de Zendaya no cinema

Produzido pela própria, o filme marca a estreia da atriz como protagonista fora da TV — e apresenta sua faceta mais ousada e magnética

Por Thiago Gelli Atualizado em 9 Maio 2024, 11h54 - Publicado em 29 abr 2024, 10h22

Já é impossível ignorar Zendaya. A ex-estrela da Disney acumula feitos em diversas áreas, desde ser queridinha das grifes e atração pop nos tapetes vermelhos, passando pelo recorde de mais jovem vencedora do Emmy de melhor atriz pelo trabalho na série Euphoria, até acumular papéis em superproduções como Duna a Homem-Aranha — e formar, nas telas e na vida real, par romântico com o ator Tom Holland, que interpreta o herói aracnídeo. Mesmo assim, a atriz de 27 anos não se dava por satisfeita: agora, a jovem tornou-se produtora e estrela do cult Rivais, que chegou aos cinemas brasileiros na quinta-feira, 25 de abril.

O projeto chegou a ela por meio da produtora Amy Pascal, que havia comprado os direitos do eletrizante roteiro de Justin Kuritzkes. Juntas, elas recrutaram o italiano Luca Guadagnino para a direção — mesmo autor por trás de excelentes romances como Até os OssosMe Chame Pelo Seu Nome — e chegaram ao resultado encharcado de suor e inigualável em tensão erótica que é Rivais, longa que dá à atriz a oportunidade inédita de viver uma mulher adulta, a afastando dos cenários de ensino médio que a consagraram até aqui.

Na história, ela é Tashi Duncan, uma treinadora de tênis que, aos 31 anos, administra a família formada por seu casamento com um famoso jogador, Art (Mike Faist). Quando a falta de paixão começa a afetar o desempenho dele, entretanto, ela decide olhar para trás e o inscreve em um campeonato em que o cônjuge será forçado a competir com seu ex-melhor amigo — e ex-namorado dela —, Patrick (Josh O’Connor), cuja carreira nunca decolou após conflitos entre os três. O complicado triângulo é filmado pelo prisma da adrenalina competitiva, misturando esporte e intimidade. Assim, Zendaya interpreta sua personagem mais madura e nuançada até hoje, uma mulher dividida entre o estoicismo de seu trabalho e a luxúria que outrora a movia, sem perder o controle sobre os dois homens que encarnam seu dilema. Nas mais de duas horas do filme, vivendo diferentes etapas da vida de sua personagem, ela é imponente, calculada, rude, fria, sedutora e mais magnética do que nunca.

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O mérito da aposta acertada é compartilhado com Guadagnino, que já extraiu algumas das melhores atuações da geração de Zendaya ao conduzir Timothée Chalamet, Taylor Russell e os jovens da série We Are Who We Are — mas a determinação indômita da atriz é contribuição singular. Para o cineasta, ela já se qualifica como colega de profissão: “Zendaya é uma diretora, já falei isso para ela e repito agora”, disse em entrevista ao New York Times. Ela, por sua vez, diz ter tanto receio quanto vontade de comandar um longa, perspectiva que parece próxima também ao diretor Denis Villeneuve de Duna, que contou ao podcast Director’s Cut que a estrela comparecia ao set mesmo nos dias em que não filmaria nada, apenas para sentar e observar tanto ele quanto o cinegrafista Greig Fraser.

Criada por dois professores, Zendaya deu os primeiros passos na atuação por influência da mãe que, além das aulas, trabalhava como gerente no Shakespeare Theater, em Orinda, na Califórnia. Foi com a tragédia Macbeth que ela fez sua estreia nos palcos, antes de conquistar, aos 13 anos de idade, o papel de Rocky Blue na série No Ritmo, lançada em 2010 pelo Disney Channel. A experiência alçou-a ao posto de ídolo infantojuvenil, que a exemplo de Britney Spears, Miley Cyrus, Demi Lovato e a companheira de elenco Bella Thorne, costuma vir acompanhado de polêmicas e até danos psicológicos. Zendaya, porém, contrariou as expectativas e mostrou-se um caso raro de serenidade e maturidade no meio. 

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Encarregada de ser uma das poucas mulheres negras a protagonizar uma sitcom do canal infantil, ela teve que assumir responsabilidade cedo e chegou a confessar à Vogue Austrália que “de muitas formas diferentes”, essa foi a razão de não se permitir errar. A maturidade exacerbada a fez se tornar produtora aos 18 anos, quando ajudou a desenvolver a sitcom Agente K.C. (2015-2018), único programa do canal a ser protagonizado por uma família negra durante seus anos de exibição. Logo depois, o discernimento da atriz a ajudou a lidar com o pesado papel de uma viciada em drogas adolescente em Euphoria, trama que a livrou das amarras do entretenimento juvenil e a lançou como uma das atrizes mais disputadas de sua indústria. Rivais apenas reafirma a sabedoria que tem além de seus anos: antes mesmo de completar três décadas de vida, ela já consegue convencer como mãe e mostra domínio nada inseguro sobre o próprio corpo. 

Quanto ao futuro, ela nega ser estratégica sobre suas escolhas — apesar da excelente visão para negócios — e mantém mistério. No momento, seus únicos projetos futuros são a terceira temporada de Euphoria e o terceiro capítulo da saga Duna, ambos sem data de estreia prevista. Dada sua evolução como atriz e sua parceria frutífera com o estúdio Warner Bros. — dono de seus últimos dois lançamentos —, contudo, é difícil imaginar que seu brilho demore a voltar às salas de cinema. Enquanto isso, Zendaya continuará roubando a atenção por onde passar, como é de seu feitio. 

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