CEO do gigante conglomerado Warner Bros., David Zaslav é uma figura polêmica, questionada por cancelar projetos prontos — como Batgirl e Coyote v. Acme — e por investir em universos expandidos, filmes derivados e remakes que vão de Harry Potter a Senhor dos Anéis para remediar um dos principais fatores da evidente crise: os filmes de super-heróis, que decepcionam o estúdio desde 2018, quando Aquaman atingiu 1 bilhão de bilheteria e encerrou os sucessos significativos do universo cinematográfico DC. Desde então, os prejuízos se acumularam com Aves de Rapina, Mulher-Maravilha 1984, O Esquadrão Suicida, Adão Negro, Shazam! Fúria dos Deuses e Aquaman 2: O Reino Perdido. Depois de tanto tentar, Zaslav se cansou e admitiu, direto: “A verdade é que o desempenho do estúdio está abaixo do esperado, e o final de 2023 foi muito desafiador”.
Ao invés de mudar a rota por completo, entretanto, Zaslav não quer investir em histórias únicas como Barbie e Oppenheimer, maiores sucessos da Warner no ano passado, mas sim recomeçar do zero. Ele recrutou o cineasta James Gunn, de Guardiões da Galáxia, para encabeçar uma repaginação completa do universo baseado nos quadrinhos da DC e não irá mais produzir filmes derivados dos lançamentos prévios, a não ser narrativas autossuficientes como Batman e Coringa.
Para tal, uma nova leva deve ser inaugurada por Superman: Legacy, cujas gravações começam ainda em fevereiro e lançamento está marcado para 2025. Na versão dirigida por Gunn, David Corenswet interpretará o famoso Clark Kent, encerrando de vez o mandato de Henry Cavill.
Segundo Zaslav, a novidade anda fomentando otimismo dentro do estúdio e a baixa nos lucros “dá a chance da empresa crescer nos próximos dois anos”. O chefe de finanças da Warner, Gunnar Wiedenfels, também declarou que “obviamente, a indústria do cinema vai continuar a ser baseada em hits” e diz ter observado “desafios sérios por toda a indústria no campo de super-heróis”.
O CEO da empresa ainda detalhou que o “plano de ataque” para 2024 envolve “uma conexão mais robusta entre os estúdios de cinema e televisão” e a introdução do streaming Max em mercados internacionais — como o brasileiro, onde a plataforma substitui o HBO Max a partir de 27 de fevereiro.
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