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‘Amor & Gelato’: adaptação sem sabor falha em captar magia italiana

Com cenário clássico das comédias românticas, filme inspirado no romance juvenil best-seller de Jenna Evans Welch é sucesso na Netflix

Por Gabriela Caputo 4 jul 2022, 11h06

“Tudo fica melhor depois de um gelato”, diz o mocinho ao oferecer para a protagonista um pote da receita que é a especialidade de sua nonna, gelato (ou sorvete) de pistache. Lina Emerson (Susanna Skaggs), é claro, aceita – em uma cena que tinha tudo para ser o momento crucial de uma comédia romântica, quando as personagens notam um brilho a mais na pessoa ao seu lado. Mas, em Amor & Gelato – filme lançado pela Netflix na semana passada e sucesso instantâneo dentre as produções mais vistas da plataforma –, a promessa de um romance clichê bem executado deixa a desejar. Entre passeios em scooters coloridas, gastronomia de ponta, um diário revelador e um pai perdido, o longa desperdiça um cenário clássico – a Itália, afinal, é sempre garantia de encanto na tela – por se perder em uma narrativa de lances fracos e graça praticamente nula.

Apesar de também acumular comentários negativos nas redes sociais por parte dos fãs do gênero, não é de estranhar que o filme tenha bombado na gigante do streaming. Produções baseadas em romances best seller, sobretudo adolescentes, costumam receber alta publicidade e conquistam rapidamente a audiência, ainda que caiam no esquecimento pouco tempo depois. Amor & Gelato é uma adaptação do livro homônimo da americana Jenna Evans Welch, o primeiro de três que apresentam suas protagonistas em aventuras pelo mundo. No Brasil, os livros de Welch são bem recebidos pelo público juvenil. Sucesso nas livrarias e no TikTok, Amor & Gelato, lançado em 2017 pela Intrínseca, figura na lista dos livros mais vendidos da VEJA há 50 semanas – muitas delas no topo da lista. 

Os cenários de Welch, ricos em detalhes, são quase como personagens. Em entrevista a VEJA em novembro do ano passado, a autora (que vem à edição da Bienal do Livro que acontece neste mês de julho em São Paulo) contou que fez questão de conhecer bem as regiões retratadas antes de descrevê-las nos livros. Para os amantes de romances bobinhos para passar o tempo, com dramas batidos da adolescência e uma pitada de confusão familiar, Amor & Gelato é uma boa leitura. Mas a adaptação da Netflix perde de vista o que há de mais especial na narrativa: a conexão de Lina com a mãe falecida, enquanto refaz seus passos pela esplendorosa cidade de Florença a pedido da mesma, e o encontro com Howard (Owen McDonnell), amigo da juventude da matriarca e sobre quem Lina não tinha ouvido falar até então. 

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O personagem vai de administrador de um cemitério que funciona como memorial de guerra na região da Toscana, no livro, para um professor universitário nas telas – nem de longe tão paternal ou charmoso. Florença também não reluz: é Roma a nova casa de Lina e, no fim das contas, nenhuma das duas cidades consegue figurar com seu devido charme diante dos espectadores. Os rapazes por quem Lina se afeiçoa, Lorenzo Ferrazza (Tobia De Angelis) e Alessandro Albani (Saul Nanni), tampouco são carismáticos, em um triângulo amoroso nada empolgante. Por fim, os laços, sejam de romance, amizade ou família, não se desenvolvem ao longo das quase duas horas de filme. Até mesmo o intrigante mistério do passado da mãe de Lina, registrado no diário que a jovem recebe, é subaproveitado.

Que adaptações fujam do original e desagradem fãs, é quase regra no mundo do entretenimento; mas, ao deixar de lado o que há de mais empolgante no livro, Amor & Gelato é uma comédia romântica insatisfatória. A Itália, contra todas as expectativas, perde seu brilho. E o gelato, nesse caso, não é só insosso: ele coloca o espectador numa fria realmente.

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