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Por João Batista Oliveira
O que as evidências mostram sobre o que funciona de fato na área de Educação? O autor conta com a participação dos leitores para enriquecer esse debate.
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Como será a volta às aulas?

O que as evidências nos ensinam sobre os impactos decorrentes da suspensão prolongada das aulas em razão da pandemia de covid-19.

Por João Batista Oliveira Atualizado em 18 set 2020, 09h31 - Publicado em 1 jun 2020, 15h43

Foi publicado hoje um artigo meu no jornal Estado de São Paulo sobre a voltas às aulas. O artigo trata do que as evidências dizem a respeito dos impactos decorrentes da suspensão prolongada das aulas.

Com base nessas evidências, o artigo sugere quais medidas têm baixa probabilidade de sucesso – infelizmente, essas são as medidas que vêm recebendo maior atenção por parte das autoridades estaduais e municipais.

Predomina o formalismo – questões como aprovar ou não os alunos, cumprir ou não os dias letivos, as 800 horas e coisas do gênero. Não vou repetir aqui o que se encontra no artigo. As reflexões a seguir concentram-se num aspecto: o que vale a pena fazer e por onde começar.

O apagão do MEC, ao que parece, veio para ficar. Olhando para o passado, não fica muito claro o tamanho da perda causada por esse apagão, embora, em tese, um governo federal poderia e deveria ter um papel importante na educação num país tão atrasado e tão desigual.

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As escolas privadas vão se virando de maneira pragmática, umas com maior brilho e competência do que outras. Mas seu alunado é outro, não dá para comparar.

Redes públicas vêm se comportando de maneiras diferenciadas. Algumas delas com excepcional zelo e dedicação. As dificuldades objetivas são imensas, e a falta de experiência também. Mas o que mais predominam são o descaso e a improvisação. Não cabe buscar causas e culpados, especialmente num momento tão difícil. O que fazer?

Talvez, a principal lição da pandemia seja a oportunidade de verificar o despreparo das redes de ensino para gerenciar o cotidiano. O conhecimento sobre as reais condições de trabalho e de estudo dos alunos é baixo. O relacionamento com as famílias é precário. Acima de tudo, os programas de ensino quase sempre inexistem. Os materiais são inadequados. Alunos não foram alfabetizados no 1º ano. A maioria deles não aprendeu a estudar de maneira autônoma. E por aí vai. Se esta lição for bem aprendida, terá sido valido, desde que leve a um segundo passo construtivo. Qual seria, então, esse passo?

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Um ponto de partida adequado poderia ser a aplicação de um diagnóstico robusto e competente dos alunos. Resultados da Prova Brasil são muito genéricos. Um diagnóstico preciso permitiria colocar a nu o real nível de conhecimento dos alunos, independente de sua série escolar.

Por razões pragmática – e apesar de suas profundas fraturas –, a BNCC poderia servir de parâmetro. A partir daí, seriam elaboradas estratégias para colocar as coisas no trilho. Não será o cumprimento formal do ano letivo ou o aumento da carga horária que vão resolver o problema.

As estratégias eficazes de intervenção são bem mapeadas na literatura e são diferentes para os diferentes níveis: onde houver professores altamente qualificados (o que infelizmente é uma exceção), o tipo de estratégia é um. Para a maioria dos casos, as estratégias eficazes estão associadas à adoção de orientações específicas para alunos e professores, o que é conhecido pelo nome de ensino estruturado.

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A mudança de prefeitos – um saudável hábito democrático – sem dúvida, neste momento, constitui um desafio adicional. De um lado, poderá suscitar decisões irresponsáveis e inviáveis pelos que estão saindo. De outro, pode ser uma oportunidade para rever décadas de práticas que não funcionam. Há caminhos e, certamente, alguns deles têm maior chance de sucesso. Não serão os mais óbvios, nem os mais fáceis. Nem os que gozam de maior consenso.

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