O jogador de futebol do Barcelona, Lionel Messi, doou um par de chuteiras para uma instituição de caridade no Egito durante um programa de televisão. O presente seria colocado em leilão e a verba arrecadada iria para uma instituição de caridade (o vídeo, aqui).
O gesto, contudo, foi considerado uma afronta por muitos deputados e apresentadores de televisão egípcios. “Nós nunca fomos tão humilhados durante nossos 7000 anos de civilização. Eu gostaria de te acertar com essas chuteiras, Messi”, disse Said Hasasin, de um canal de televisão. Ele tirou o próprio sapato no ar e prometeu dá-lo para a Argentina, terra natal de Messi.
Em todo o mundo árabe, incluindo o Egito, é ofensivo mostrar a sola do sapato para alguém. Por entrar em contato com o chão, a sola é considerada suja. Expô-la para alguém é o mesmo que dizer que essa pessoa está abaixo da imundície.
Chamar alguém de “gazma”, a palavra árabe para sapato, é um baita xingamento.
Quando estão muito bravos com algo, os árabes costumam tirar o sapato do pé para demonstrar esse sentimento. Após a queda do ditador iraquiano Saddam Hussein, eles bateram com seus sapatos nas estátuas e em imagens de Hussein. Também fazem isso direto com a bandeira americana.
Um dos episódios mais famosos com sapatos foi quando um jornalista iraquiano, Muntadhar al-Zaidi, jogou um sapato contra o presidente americano George W. Bush em 2008 (vídeo, aqui). Messi, porém, não tem culpa de nada.
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