Protagonista da confusão ocorrida ontem em frente ao Palácio da Alvorada, o youtuber Wilker Leão não é um eleitor qualquer. Passou meses a fio tentando se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro, com direito a plantões frequentes em frente à residência oficial. O objetivo era ganhar audiência para o seu canal no Youtube, claro. Mas havia outra intenção por trás de tanta insistência: criar as bases para uma carreira política.
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O colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, varreu vídeos antigos do youtuber até identificar em 1º de abril uma cena para lá de relevante para explicar o episódio: Wilker tinha a pretensão de disputar uma vaga de deputado federal. Dizia querer trabalhar por uma pauta em favor de militares. Advogado e cabo da reserva do Exército, ele chegou a assinar a ficha de filiação ao União Brasil, partido nascido da fusão entre o DEM e o PSL, este último partido que já deu legenda a Bolsonaro. Não teve sucesso.
Na prática, ao buscar um degrau para suas aspirações políticas, Wilker Leão transformou Bolsonaro em alvo da mesma forma de fazer política que o próprio presidente incentiva há tempos. Com um celular na mão, bolsonaristas não se cansam de disparar ataques e agressões ao que descrevem como adversários, em busca de visibilidade e likes nas redes sociais. Muitas vezes, funciona. O Supremo Tribunal Federal (STF) e Alexandre de Moraes que o digam.
Ao mais puro estilo Daniel Silveira, o youtuber disparou uma sucessão de xingamentos, agrediu, fez de tudo para tirar o presidente do sério e ter seus 15 minutos de fama. Desta vez, Wilker Leão conseguiu. Com algumas frases ao vento, fez com que o presidente da República perdesse a compostura ao ponto de agarrar o rapaz pela gola da camisa para tentar tirar o celular da sua mão.
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