Pesquisa revela a próxima trincheira da guerra entre Lula e Bolsonaro
Novo levantamento Genial/Quaest mostra um fiasco e uma conquista da campanha do presidente; e o time petista já começa a reagir
A nova pesquisa Quaest, encomendada pela Genial Investimentos, trouxe um dado que faz a alergia do PT e joga água em mais uma aposta do presidente Jair Bolsonaro. Segundo o levantamento, o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600 até agora não surtiu o efeito que o presidente esperava no eleitor. Mesmo com o início dos pagamentos no último dia 9, a distância entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Bolsonaro permaneceu a mesma: 12 pontos.
Saiba mais: Início do pagamento do Auxílio Brasil não muda quadro eleitoral
Os dados divulgados nesta quarta-feira mostram Lula com 45% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro ficou com 33%. Mais do que isso, Lula cresceu 5 pontos entre os que recebem o Auxílio Brasil. Foi de 52% para 57%. Sendo que a coleta de dados da pesquisa começou no dia 11, dois dias depois que o benefício turbinado começou a cair no bolso dos eleitores. Enquanto isso, Bolsonaro oscilou 2 pontos para baixo nesse recorte: de 29% para 27%.
O problema maior para Bolsonaro é que os números indicam que não se trata de desconhecimento do eleitorado a respeito da autoria do aumento. Os entrevistados, em sua maioria, sabem dizer que Bolsonaro é responsável pelo Auxílio Brasil. O que fica no ar é que o caráter temporário do aumento – em bom português, eleitoreiro – talvez esteja bem mais evidente para o eleitor do que gostaria o presidente. E que Lula, possivelmente, conseguiu convencer esse público de que sua eleição não coloca em risco o benefício.
Mas a pesquisa Quaest aponta também que uma outra frente de ação da campanha de Bolsonaro deu resultado: a busca pelo voto evangélico. Este é um assunto que já vinha tirando o sono da campanha de Lula. O time petista ficou ainda mais alerta diante da ofensiva protagonizada pela primeira-dama Michelle Bolsonaro, que incorporou o discurso religioso em suas participações na campanha. Bolsonaro subiu 4 pontos entre eleitores que se declaram evangélicos. De 48% para 52%. Lula oscilou um ponto para baixo, de 29% para 28%.
É aí que deve se formar a próxima trincheira da guerra entre o petista e o presidente. O time de Lula já havia começado a se mexer para tentar fazer frente ao avanço de Bolsonaro nesse segmento antes mesmo dessa nova pesquisa. Como a coluna antecipou, a campanha iniciou consultas a especialistas e passou a reunir estudos sobre o tema, com o objetivo de rever sua estratégia para ganhar esse eleitor. O movimento começou a ser feito. Mas a tarefa, aparentemente, não será fácil.
Leia também: O político que está vencendo Lula de goleada