Wesley descobriu que o povo pune quem os juízes poupam
O caçula dos irmãos Batista viu e ouviu o que pensam os brasileiros decentes de quem faz o que a família fez
Libertado em 21 de fevereiro pela ala caridosa do Superior Tribunal de Justiça, o empresário Wesley Batista apareceu neste domingo na churrascaria Barbacoa, em São Paulo. Foi uma péssima ideia. Confundido com o irmão Joesley, também devolvido às ruas na última sexta-feira, o caçula dos três irmãos viu e ouviu o que pensam os brasileiros decentes de quem faz o que fez a família Batista.
A senha para o começo das hostilidades foi berrada por uma voz masculina: “Fora, Joesley!”. Os minutos seguintes fizeram Wesley aprender três coisas:
Primeira: onde ministros do STJ e do STF conseguem ver apenas empresários enredados em pequenas complicações, os brasileiros comuns enxergam delinquentes bilionários irrecuperáveis.
Segunda: as semelhanças físicas com o irmão mais famoso agora só servem para aumentar a taxa de perigo.
Terceira: a indignação dos brasileiros lesados restringe o direito de ir e vir de meliantes libertados cedo demais. Wesley e Joesley, por exemplo, já sabem que não podem exercer tal direito para esquecer a comida da cadeia almoçando ou jantando em bons restaurantes.
É mais prudente contentar-se com a comida caseira. Não tem contra-indicações. E não provoca efeitos colaterais, como gritos desmoralizantes em churrascarias.