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Sem Justiça Eleitoral, o Brasil lucraria alguns bilhões por ano

A taxa de cinismo em Brasília chega à estratosfera quando juízes sem juízo são incumbidos de decidir o que é melhor para o país

Por Augusto Nunes Atualizado em 9 jun 2017, 18h01 - Publicado em 9 jun 2017, 14h38
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  • Como só no Brasil existe Justiça Eleitoral, só aqui existem um Tribunal Superior Eleitoral, 27 tribunais regionais eleitorais, incontáveis juízes eleitorais e uma multidão de funcionários que tentam manter o mastodonte em movimento. Inventada em 1932 por Getúlio Vargas, liquidada pelo próprio criador em 1937 e ressuscitada em 1945, essa brasileirice sem similares consome milhões de reais para organizar, regulamentar e vigiar eleições, além de julgar ações judiciais envolvendo possíveis irregularidades ou ocorrências criminosas resultantes das disputas nas urnas.

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    Na maioria dos países, eleições são organizadas pelo Poder Executivo, caso dos Estados Unidos, ou por órgãos autônomos que incluem representantes do governo e da sociedade ─ é assim, por exemplo, na Alemanha e na Espanha. Tão logo termina a contagem dos votos, as comissões são dissolvidas e seus integrantes retomam a rotina de trabalho. Caso surjam pendências judiciais, cumpre à Justiça examiná-las. Só no Brasil existe uma Justiça Eleitoral onipresente, onisciente e onipotente.

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    Talvez valesse a pena se a invencionice efetivamente contribuísse para aperfeiçoar a democracia brasileira e garantir a lisura das lutas pelo voto. A absolvição da dobradinha vitoriosa em 2014 reitera que o Tribunal Superior Eleitoral, quando as conveniências assim ordenam, manda a lei “às favas” e toma decisões orientado por critérios políticos. Para isso, basta o Congresso. Deve-se reconhecer, de todo modo, que o julgamento da chapa Dilma-Temer demonstrou que a extinção da Justiça Eleitoral produziria pelo menos duas consequências animadoras.

    A primeira delas seria a redução da gastança federal em alguns bilhões de reais, necessários à cobertura das despesas dessa usina de palavrórios pedantes, citações pernósticas, chicanas de quinta categoria e obesos salários adicionais. Em 2017, por exemplo, o orçamento ameaça ultrapassar a fronteira dos 7 bilhões de reais em 2017 ─ e isso num ano sem disputas nas urnas. Em 2018, ano de eleição presidencial, os números serão bem mais obscenos.

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    Extinta a Justiça Eleitoral, a segunda consequência muito bem-vinda seria a queda na taxa de cinismo em Brasília. Os índices são sempre assustadores. Mas sobem à estratosfera quando juízes sem juízo fazem acrobacias retóricas e espancam a verdade para canonizar culpados e livrá-los do castigo. Nesta sexta-feira, quatro ministros do TSE decidiram que dois pecadores irremissíveis merecem apenas o retrato de praxe na galeria dos presidentes da República. Os parceiros de delinquência escaparam ─ por enquanto ─ daquelas fotos de frente e de perfil que registram a chegada à cadeia de outro fora da lei.

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