Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Augusto Nunes Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

“Amizade eterna enquanto dure” e outras notas de Carlos Brickmann

Os parlamentares precisam se comportar. Se rejeitarem a reforma da Previdência e as consequências forem as que se anunciam, vão levar a culpa

Por Carlos Brickmann
Atualizado em 30 jul 2020, 19h51 - Publicado em 31 mar 2019, 07h10

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

Bolsonaro, Rodrigo Maia, Moro e Paulo Guedes estão de bem. Segundo Bolsonaro, houve pequenas rusgas, “chuvas de verão”. Mas a amizade deve durar ao menos alguns dias: a crise viajou, foi para Israel. Lá, com recepção festiva, muitos acordos para assinar, não sobra tempo para novas brigas.

Todos cederam um pouco. Maia tinha dito que não ia falar com Moro, mas falou. Moro exigia análise rápida de suas medidas de combate ao crime organizado, mas, com a escolha da relatora na Comissão de Justiça, aceitou uma pequena demora, enquanto seu projeto é fundido com um anterior, de Alexandre de Moraes. Bolsonaro liberou Paulo Guedes para acordos com deputados, dentro da lei: recebe as emendas (legais) ao Orçamento e procura colocá-las de modo a que sejam úteis e se mantenham dentro do teto de gastos. O vice Mourão, que nem estava na briga, ficou feliz ao ser festejado por uns 600 empresários. Tudo está ótimo, ao menos enquanto estiver.

Os parlamentares, mesmo os mais pragmáticos, precisam se comportar. Se rejeitarem a reforma da Previdência e as consequências forem as que se anunciam – inflação em alta, menos investimentos, queda de empregos – vão levar a culpa. Colaborando, emplacam mais emendas, ficam de bem com o Governo Federal; e, se houver mesmo a tal “chuva de investimentos” que Guedes diz ser possível, tirarão fotos com ele e serão convidados para inaugurações. Claro, o filho 02 Carlos pode melar tudo. Mas nada é perfeito.

Continua após a publicidade

 

Como diz o poeta

Há quem diga que Jair Bolsonaro andou conversando com alguns de seus ministros militares, adeptos de mais moderação. É, porém, explosivo, reage com dureza quando se sente desafiado, e não serão conselhos de amigos, por mais respeitados que forem, que conseguirão contê-lo. Mas os negociadores de seus, dependendo do dia, aliados ou adversários, já sabem disso. E, para citar a própria expressão de Bolsonaro, de que as divergências foram chuvas de verão, é bom lembrar o que diz o autor da letra, Fernando Lobo: “Podemos ser amigos simplesmente/ coisas do amor, nunca mais”.

Continua após a publicidade

 

Pós-Israel

Bolsonaro combinou encontrar-se com Rodrigo Maia logo que voltar de Israel. O encontro deve selar o acordo de paz que ambos já anunciaram.

Continua após a publicidade

 

A guerra em números

Os índices mostram que as divergências entre Bolsonaro e Rodrigo Maia tiveram alto custo. O Índice de Confiança do Consumidor (FGV) desabou ao menor valor desde outubro de 2018, quando ainda havia dúvidas sobre o resultado das eleições. Em três meses – período de Bolsonaro no Governo – outro índice, o de Confiança do Comércio, caiu 8,3 pontos.

Continua após a publicidade

 

As armas do ministro

Guedes, embora não tenha experiência de articulação política, mantém bom entendimento com os parlamentares. E, além das conversas positivas sobre emendas ao Orçamento, acena com nova medida que agradará a Suas Excelências: um pacote de R$ 10 bilhões para Estados em dificuldades. Há governadores que assumiram Estados com cofres vazios e grandes dívidas. Ficarão felizes com a ajuda – e saberão que, se suas bancadas parlamentares estiverem de bem com o Governo Federal, será mais fácil obtê-la. O pacote, Programa de Equilíbrio Fiscal, está sob a responsabilidade do secretário do Tesouro, Mansueto Almeida. Ainda será analisado pela Procuradoria-Geral da Fazenda e passará pelo ministro Paulo Guedes, mas a promessa é de que tudo será enviado ao Congresso, para exame e votação, em 30 dias.

Continua após a publicidade

 

Os prazos

O deputado Marcelo Freitas, relator escolhido para a reforma da Previdência, promete entregar seu texto em 9 de abril. O projeto de segurança – junção dos textos de Alexandre de Moraes e de Sérgio Moro – deve estar pronto para votação, segundo as previsões dos especialistas em plenário, dentro de 45 dias. Isso, é óbvio, se o entendimento entre o Governo Federal e os parlamentares continuar bom até lá. De qualquer forma, a tramitação da reforma da Previdência no Congresso será iniciada no Senado, não mais na Câmara. A proposta foi feita por Moro e aceita tranquilamente por Maia. E Moro não criou obstáculos à fusão de seu projeto com o de Alexandre de Moraes, hoje ministro do Supremo. O acerto de posições entre ambos abre amplo campo para o entendimento político entre Governo e Congresso.

 

Águas passadas

Afinal, devem ou não os militares comemorar o 31 de março? Simples: se quiserem, que comemorem, como o vêm fazendo discretamente há muitos anos. Se não quiserem, que não comemorem. É tão ridículo proibi-los de lembrar a deposição de Jango quanto exigir que a festejem, 55 anos depois. É mais do que hora de trocar os militantes pelos historiadores. E não nos esqueçamos de que a grande imprensa, que hoje condena o “golpe”, na época o apoiava e chamava de “Revolução” – às vezes, Revolução Redentora.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.