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“A mentira que finge de verdade” e outras notas de Carlos Brickmann

Com que outros cargos sonharia del Nero, com essa idade e com receio de viajar ao Exterior?

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h29 - Publicado em 29 abr 2018, 16h30
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  • Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

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    Feliz com a decisão da FIFA de punir Marco Antônio del Nero com alta multa e o banimento definitivo do futebol, no Brasil e no Exterior?

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    Pois veja bem, del Nero é  um homem de sorte. A FIFA o acusa de ter recebido altas propinas – a multa de um milhão de francos suíços, uns R$ 3,5 milhões, não fará seus bolsos ficarem menos recheados. E a proibição de exercer cargos no futebol veio pouco depois de, aos 77 anos, ter deixado a Presidência da CBF para o candidato que apoiou. Com que outros cargos sonharia del Nero, com essa idade e com receio de viajar ao Exterior? Pois seu aliado e antecessor na CBF, José Maria Marin, viajou – e terminou preso na Suíça pela Polícia americana. Hoje cumpre pena em Nova York.´

    Del Nero é um homem inteligente. No Brasil não pode ser capturado por policiais de outros países. E, apesar de ter o nome de Marco Polo, como o grande viajante que foi da Península Itálica à China e trouxe o macarrão para o Ocidente, desistiu de viajar e se contentou com a massa aqui mesmo produzida. Afinal de contas, já conhece Nova York e sabe os riscos de lá.

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    Caro leitor: quando as autoridades tomam contra alguém aquelas providências que aprovamos, cuidado: podem estar proibindo alguém de fazer exatamente aquilo de que não gosta. Aqui, somos mestres nisso.

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    Nem sempre Goebbels, o marqueteiro de Hitler, está certo. Frequentemente a verdade, repetida mil vezes, se transforma em mentira.

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    Assim é…

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    Anote a data: 2 de maio, quarta-feira que vem. Por proposta do ministro Luiz Roberto Barroso, o Supremo Tribunal Federal limita o foro especial para deputados e senadores a problemas ocorridos durante o mandato, que tenham relação com sua atividade parlamentar. Alguém que esteja sujeito a processo poderá se eleger, mas responderá perante um juiz de primeira instância. Se, no exercício do mandato, atropelar alguém, também não terá a proteção do foro especial. Sete ministros (num total de onze) já se manifestaram a favor da modificação. Em princípio, será aprovada.

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    Feliz com essa medida, que reduz os privilégios dos parlamentares?

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    …se lhe parece

    Pois é. Acontece que em algum momento – provavelmente depois das eleições de outubro, para não dar a impressão de que a medida visa apenas beneficiar o ex-presidente Lula – o Supremo deve mudar a norma pela qual os condenados em segunda instância estão sujeitos à prisão. A norma foi aprovada por maioria mínima, 6×5; há ministros que mudaram de opinião, como Gilmar Mendes, invertendo a maioria. Imaginemos um parlamentar envolvido em crime do colarinho branco: será julgado em primeira instância, apresentará embargos infringentes e embargos de embargos, e irá até a quarta instância, o que pode levar anos. Se até hoje o Supremo não julgou ninguém acusado pela Lava-Jato, os anos serão muitos, e lentos.

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    Só porque…

    O empresário pernambucano Eduardo Queiroz Monteiro, filho e irmão de ministros, grande produtor de açúcar e álcool, dono do jornal Folha de Pernambuco, foi condenado em primeira instância a nove anos de reclusão por gestão fraudulenta, quando dirigia o Banco Mercantil de Pernambuco. A sentença é da juíza federal Amanda Torres de Lucena Diniz Araújo.

     

    …você quer

    Eduardo Queiroz Monteiro não corre risco imediato de prisão: pode recorrer da sentença ao Tribunal Regional Federal 5. O Banco Mercantil de Pernambuco sofreu intervenção do Banco Central em 1996.

     

    A hora de Dilma…

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    A delação de Antônio Palocci – ministro de Lula, ministro de Dilma – já está na Polícia Federal. Palocci diz que conversou com o presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, sobre levantar dinheiro para a campanha na construção de sondas de águas profundas. Segundo o colunista Cláudio Humberto, Palocci vai também detalhar a reunião com Lula, Dilma e Emílio Odebrecht, em 2010, mal encerradas as eleições, para acertar a vitória da empreiteira em grandes licitações e a propina que deveria pagar – quanto, a quem e como.

     

    …a vez de Palocci

    Só há um problema: faz tempo que Palocci disse a Sérgio Moro que tinha explosivas revelações a fazer, revelações que dariam à Lava Jato pelo menos mais um ano de trabalho. De lá para cá o Ministério Público rejeitou qualquer acordo com ele, até que a Federal entrou no circuito. O MP quer exclusividade na negociação de delações premiadas e isso pode atrapalhar a colaboração de Palocci. Além disso, parece que ele tem a contar algo sobre a atividade bancária nas eleições, e bancos odeiam aparecer nessas horas.

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