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“A favor do bem, contra o mal” e outras notas de Carlos Brickmann

Em Davos, Jair Bolsonaro prometeu fazer "as reformas que o mundo espera" e "transformar o Brasil num dos melhores países do mundo para fazer negócios"

Por Carlos Brickmann
Atualizado em 30 jul 2020, 20h01 - Publicado em 23 jan 2019, 07h10
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  • Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

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    Havia amplo tempo disponível, mais de meia hora, dos quais Bolsonaro usou só nove minutos para mostrar suas ideias à cúpula da economia mundial. Nada contra falar pouco: um dos melhores discursos da História mundial, a consagração do Cemitério de Gettysburg por Lincoln, durou menos de dois minutos (“o governo do povo, pelo povo e para o povo jamais desaparecerá da face da Terra”). Mas Bolsonaro não é Lincoln, sabe disso, e não se arriscou à eloquência. Em Davos, fez um discurso simples e colocou diante do público suas ideias básicas de Governo ─ que, de maneira geral, coincidem com o pensamento liberal do Fórum Econômico Mundial.

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    Confirmou, internacionalmente, o papel predominante de Sergio Moro e de Paulo Guedes em seu Governo. Prometeu fazer “as reformas que o mundo espera”, “transformar o Brasil num dos melhores países do mundo para fazer negócios”, investir pesado em segurança pública para permitir que turistas se sintam à vontade para conhecer regiões como o Pantanal e a Amazônia, simplificar impostos para facilitar a vida dos empreendedores.

    Salientou, enfim, a inter-relação entre agropecuária e meio-ambiente, um dependente do outro; ressaltou a vontade do Brasil de exercer a diplomacia sem nenhum viés ideológico; e se referiu à busca de novos mercados. Considerando-se o público a que se dirigiu e com quem o Brasil vai lidar, foi como se dizer a favor da saúde e contra a doença. Deve ter funcionado.

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    Aceno

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    Davos é uma reunião de expoentes do capitalismo; mas fazem questão de se considerar expoentes do capitalismo moderno, com preocupações ambientais e sociais. Bolsonaro fez citação específica sobre o tema: que o Brasil é o país que mais preserva florestas no mundo (há um estudo com os números, para que não restem dúvidas). Faz parte da postura moderna.

     

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    Sob nova direção

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    Com Jair Bolsonaro em Davos, o Brasil tem novo presidente: Hamilton Mourão, que continua despachando do gabinete de vice. Bolsonaro volta e, logo depois, faz uma nova cirurgia, para retirar a bolsa de colostomia que usa desde o atentado e religar o intestino. Embora Bolsonaro tenha pedido que seja montado um escritório para que possa despachar em seu apartamento no Hospital Albert Einstein, SP, Mourão deve continuar em exercício até que o presidente tenha alta médica e possa voltar ao Planalto.

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    Quanto tempo isso leva? Depende da evolução do caso. Mas não será surpreendente que demore de dez dias a duas semanas, se tudo correr bem.

     

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    Herança maldita

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    O eleitorado goiano derrotou os tucanos de ponta a ponta: elegeu para o Governo o oposicionista Ronaldo Caiado, contra José Elinton, o tucano candidato à reeleição, e surrou exemplarmente o tucano-chefe, Marconi Perillo, que se julgava favorito na disputa pelo Senado (no lugar dele, quem se elegeu foi o jornalista Jorge Kajuru). Mas as marcas do tucanato ainda estão vivas: o governador Ronaldo Caiado, diante do déficit fiscal, causado pelo aumento das despesas públicas nos governos anteriores, teve que decretar situação de calamidade financeira, por 180 dias. Só assim poderá combater o aumento das despesas públicas e reduzir o déficit que herdou.

     

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    O tempo tudo encobre

    Um dos homens mais influentes do Brasil, Jorge Serpa, que atuou na política desde o segundo governo Vargas até o segundo governo Fernando Henrique (e talvez no primeiro de Lula), morreu neste domingo, dia 20, aos 96 anos. Serpa foi possivelmente o principal assessor de Roberto Marinho desde o início do regime militar. Quem o conhecia preferia não se referir a ele pelo nome (indício de respeito por sua atitude discreta): era O Onça, um mago capaz de conversar com todos os envolvidos em qualquer questão.

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    Sinal dos tempos: não havia políticos no sepultamento. Nem integrantes da família Marinho. Nem representante das Organizações Globo.

    Serpa deixou viúva dona Vicentina, neta do ex-presidente Eurico Dutra.

     

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    Os dias de hoje

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    Serpa influiu poderosamente em todos os veículos de imprensa de Roberto Marinho. Hoje não há ninguém, nos meios de comunicação, que se aproxime de seu porte. O jornalista Fernando Albrecht, em seu ótimo blog, descreve a imprensa, hoje: “Foram-se os tempos em que as direções dos jornais controlavam as redações. Há muitos anos as direções perderam o controle das redações. Pior: não sabem lidar com isso, não sabem recuperá-lo. Todos falam línguas diferentes e o resultado ─ óbvio ─ é a formação de nichos ou de tribos que controlam até territorialmente um determinado espaço das redações”.

     

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    O próximo passo

    Do promotor Roberto Livianu, sobre corrupção empresarial: a pena mais importante para empresários corruptos é fazer com que percam suas ações.

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