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“Os deuses vencidos” e outras seis notas de Carlos Brickmann

Acostumados a ignorar e atropelar as derrotas, eles acharam que as vitórias eram inevitáveis

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 22h40 - Publicado em 22 Maio 2016, 13h14

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

1 – José Dirceu acaba de ser condenado a pouco mais de 23 anos de prisão. Dirceu já estava condenado no Mensalão – ou seja, com cartão amarelo, mostrado por um ministro, Joaquim Barbosa, que jamais teve fama de flexibilidade. Por que José Dirceu ficou à espera do quase infalível cartão vermelho dado agora pelo juiz Sergio Moro? Poderia ter procurado seus amigos bolivarianos, que o receberiam como um Guerreiro do Povo Brasileiro, gente especial, tipo exportação. Ficou, foi preso, está condenado. E agora? Tem mais de 70 anos, sonhava com uma vida em família. Que se terá passado no pensamento de Dirceu?

2 – João Santana também tem milhões de problemas com a Justiça, boas contas bancárias, uma esposa jovem, talentosa, requintada e rica. Estavam ambos fora do Brasil, num país seguro, ganhando bem, trabalhando para a BAAL, Bolivarianos Anti-Golpistas Amigos de Lula, com prestígio e futuro a escolher. Que é que os levou a atender ao juiz Sérgio Moro e fazer esta visita a Curitiba, ainda por cima mascando chicletes?

3 – Gilberto Carvalho foi o homem forte do PT nacional por mais de uma dezena de anos. Seria bem-vindo em todo o mundo latino, do Vaticano a Cuba, passando por El Salvador e Nicarágua (e não iria à Coréia do Norte nem à Venezuela, que Gilbertinho sabe das coisas). Mas preferiu ficar por aqui, enquanto Moro fazia mira cuidadosamente e o atingia com multa e perdas de direitos civis. Por que ficou? Ficou por quê?

4 – João Vaccari Netto tem tudo a ver com o tal triplex, construído pela construtora que presidia, a Bancoop. Foi réu há tempos, no caso do apartamento, por formação de quadrilha, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro. Escapou. E ficou fascinado, paralisado, admirando os predadores que se aproximavam.  Quando chegaram, já não tinha para onde escapar, exceto o presídio de Pinhais, pertinho de Curitiba.

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Triste destino

Parece que os deuses, acostumados a ignorar e atropelar as derrotas, acharam que as vitórias eram inevitáveis. Em algum momento os Antigolpistas Guerreiros do Povo Brasileiro, talvez pilotando os Sukhoi supersônicos da Aeronáutica venezuelana, desceriam dos céus para salvá-los. Um dia a manobra falhou. E eles estavam no momento errado na hora errada.

 

Ideia puxa ideia

José Dirceu é um apparatchik, um homem de partido, absolutamente fiel, disciplinado e capaz de se manter em silêncio diante de pressões inimagináveis. Perdeu o cargo federal, nada falou. Foi condenado, preso, cumpriu pena, silenciou. Dirceu sabe das coisas: se falasse, poderia contar aquilo que poucos sabem. Manteve-se em silêncio.

Mas o tempo passa, o tempo voa. Dirceu pagou claro pela disciplina partidária. Agora tem mais de 70 anos, sabe que entregou seu futuro político a pessoas muito menos merecedoras do que ele, tem a prisão como perspectiva de vida. Seu sonho atual era assistir ao crescimento da filha pequena, sua paixão. Dirceu sabe o caminho para atingir seus objetivos. E se mudar de ideia nesta fase da vida – que bomba!

 

País do futuro

Retrato do Brasil: na Comissão de Ética, quem esteve melhor foi Eduardo Cunha.

 

Os dois lados

Tudo bem, há gente esquisitíssima (ou melhor, conhecendo nossos políticos, normalíssima) no governo Temer. Um grupinho ali entraria na antiga Petrobras só pela aparência, sem precisar nem mostrar crachá. Mas, ainda bem, não são os únicos. Alguns nomes brilham como  surpreendentemente bons. Maria Sílvia Bastos Marques, Pedro Parente, Ilan Goldfajn  são gente ótima e executivos de primeiríssima linha.

 

A terceira margem

Em compensação, Temer colocou como seu líder na Câmara o deputado André Moura, do PSC sergipano. Moura é réu em três ações penais, como suspeito de participação em tentativa de homicídio e na compra ilegal de alimentos e bebidas com dinheiro, é claro, público.

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Só conseguiu autorização da Justiça na última hora para disputar as eleições que o levaram ao Parlamento, livrando-se assim da Lei da Ficha Limpa. Mas é amigo de Eduardo Cunha (que continua mandando muito) desde criancinha, o que lhe garante alto prestígio na área federal.

Teremos momentos interessantes na Câmara. Deputado que tem capivara no lugar de currículo vai acabar gerando confusão. Já imaginou se aparece alguém honesto na mesma fila de poltronas?

 

Quem pode, pode

Aquele presidente da Câmara Federal com cara de Nicolás Maduro mal acabado, Waldir Maranhão, já teve prestação de contas rejeitada pelo TRE do Maranhão em 2010. Foi reitor da Universidade Federal do Maranhão (o que explica muita coisa), dirigente do PP de Paulo Maluf. E é aliado do governador comunista Flávio Dino, PCdoB Maranhão, na luta contra Dilma, guru e aliada de ambos.

Mas há uma maneira mais fácil de defini-lo: Waldir Maranhão é o mais obediente dos seguidores de Eduardo Cunha. Até que… Salve, mestre, os que vão trair te saúdam.

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