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Por Marianne Piemonte
As novidades, tendências e delícias do mundo do vinho sem um gole de “enochatismo”. Marianne Piemonte é jornalista, sommelière e empresária do mercado de vinhos.
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A harmonização entre arte e vinho no novo tour da melhor vinícola europeia

Roteiro possibilita uma imersão ao mundo do premiadíssimo Franciacorta, espumante que é considerado o champanhe italiano

Por Marianne Piemonte
Atualizado em 22 mar 2024, 10h49 - Publicado em 22 mar 2024, 09h54

Eleita pela revista americana Wine Enthusiast como a melhor vinícola europeia de 2023, a Ca’ del Bosco, localizada na região da Franciacorta, na Lombardia (ao norte da Itália, perto dos Alpes), tem ganhado destaque em revistas especializadas em vinhos e páginas em publicações como as prestigiadas Wallpaper e Vogue Itália. Além da qualidade dos vinhos, o que tem chamado atenção é o recém inaugurado “percurso sensorial”, que mostra de maneira inédita (e com toda elegância made in Italy) a vinificação do espumante batizado com o nome da região e que é um orgulho do país: o Franciacorta. A nova atração rapidamente virou objeto de desejo entre os enófilos do mundo inteiro.

As semelhanças entre arte e vinho são o fio condutor da visita. Desde o portão de entrada, chamado “Cancello Solare”, obra de Arnaldo Pomodoro, e nos demais ambientes visitados, é possível admirar esculturas de diversos artistas integradas ao ambiente. Zanella diz que seu trabalho é transformar a natureza em cultura. Por isso, a arte, tão relevante àquela nação, não podia deixar de integrar espaço da vinícola. Também não poderia ser diferente em seu projeto de enoturismo, para o qual foi convocado o grupo Falconi Arquitetura. Um dos ambientes é um túnel iluminado por garrafas, chamado de “Cúpula dos Sentidos”. Trata-se de um espaço circular para vivenciar a vinificação desse estilo de vinho por meio dos cinco sentidos: é possível tocar o terroir, sentir o perfume dos aromas de cada tipo de uva, ouvir o som das várias etapas envolvidas na criação da bebida e ver o mosto (suco prensado da uva que se transformará em vinho) ao microscópio projetado em paredes retroiluminadas.

A parte mais impressionante da visita é a instalação “Prestige Immersion”, uma gigantesca garrafa invertida, criada com 33.000 vasilhames de Cuvèe Prestige (carro chefe da vinícola), iluminados e vazios. O resultado é um espaço dourado no qual, ao centro, um elevador leva o visitante a 23 metros abaixo do solo. O objetivo é fazer com que ele se sinta como uma levedura fazendo a segunda fermentação, descendo do fundo até o gargalo.

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A sala Prestige Immersion: garrafa invertida de champanhe (Divulgação/VEJA)

O Franciacorta é produzido pelo método tradicional,  segundo o qual se faz a primeira fermentação em cubas de inox. Depois, ele é envasado, onde passa por uma segunda fermentação, permanecendo pelo menos 18 meses em contato com as leveduras. São usadas exclusivamente uvas nobres, como Chardonnay, Pinot Bianco, Pinot Noir e Erbamat, entre outras exigências que fazem dele sempre um DOCG (denominação de origem controlada e garantida, o selo de qualidade que indica a excelência do produto).

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Uma das etapas do sistema de produção do Franciacorta (Divulgação/VEJA)

Tradição e inovação

Durante o tour de imersão é possível também conhecer todo o processo de produção da vinícola, hoje uma das mais modernas da Itália. Entre as técnicas que utilizam está a chamada “SPA del Grappolo”, um sistema de lavagem das uvas que permite a produção de um mosto límpido, de maneira que não precise ser filtrado, além de garantir a máxima expressão aromática das uvas no espumante.

Na vinícola fundada em 1964, o equilíbrio entre tradição e inovação é um valor fundamental para a empresa comandada por Maurizio Zanella e sua família. Na busca por esse balanço, a intenção de criar vinhos mais saudáveis e longevos os levaram a criar e patentear um maquinário que retira todo o oxigênio da garrafa logo após a degola, quando se abre o vasilhame para que as leveduras mortas deixem o líquido, antes da colocação da rolha para o início da segunda fermentação. A técnica reduz drasticamente a necessidade de adicionar sulfitos (conservantes) ao vinho. A vinícola orgulha-se da produção orgânica e de usar leveduras indígenas (não industrializadas e inerentes ao ambiente), cultivadas por eles próprios.

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Quem fez recentemente esse roteiro de imersão no roteiro recém-criado pela Ca’ del Bosco foi a travel designer Ana Paula Tamarozi, brasileira que acaba de completar 30 anos de Itália, é uma aficcionada pelo Franciacorta e mora na Lombardia, o berço do champanhe italiano. “Essa é a experiência do momento no circuito de visitas a vinícolas. O Franciacorta ainda não é famoso como o Prosecco, mas está em todos os eventos internacionais de luxo, principalmente nos Estados Unidos”, contou ela à coluna AL VINO.

No tour de imersão, com duração de duas horas, o grand finale é a degustação dos vinhos, claro. Ana Paula escolheu conhecer os três rótulos da linha Vintage, que fermentam em pequenos barris de carvalho e passam em média 48 meses em maturação. O valor dessa experiência é de 70 euros por pessoa (cerca de R$ 380) e precisa ser agendado com antecedência. A maioria das vinícolas na Itália oferece degustações a partir de 25 euros. Diante da diferença de valor, o programa vale? A Ca’del Bosco faz os vinhos artesanais mais complexos do Velho Mundo, revelando de maneira brilhante todo esplendor do terroir da Lombardia. Responde?

Os vinhos da Ca’De Bosco chegam por aqui importados pela Mistral. Mas, convenhamos, o tour de imersão não é um belo pretexto para marcar sua viagem para a Itália?

Salute!

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