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Mistério resolvido: pesquisa revela como baleias conseguem cantar

Estudo sugere que som de embarcações pode influenciar na comunicação desses animais

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 fev 2024, 13h21 - Publicado em 21 fev 2024, 13h16

Por séculos se imaginou que o oceano fosse um lugar silencioso. Os sonares da Segunda Guerra, no entanto, revelaram um segredo que até hoje fascina a humanidade: o canto das baleias. O som hipnotizante virou um álbum de sucesso na década de 1970, Songs of the Humpback Whale, e ajudou a salvar esses animais da extinção. Há décadas esse deslumbramento desperta a curiosidade dos pesquisadores, mas a técnica utilizada pelos animais para gerar sons embaixo d’água permaneceu obscura – pelo menos até agora. 

Um artigo divulgado nesta quarta-feira, 21, na renomada Nature, sugere o mecanismo mais provável até agora para explicar a produção desse som. De acordo com eles, a vocalização seria produzida na laringe do animal, por duas cordas vocais e uma espécie de colchão gorduroso capaz de vibrar acima dessas cordas. 

Qual a novidade?

Trabalhos anteriores já haviam sugerido que essas cordas vocais (ou dobras vocais, no termo científico) seriam as responsáveis pela produção do som, como ocorre com os mamíferos terrestres. Acontece, no entanto, que baleias são capazes de produzir dois sons simultaneamente, o que não é justificado pela hipótese original.

O novo modelo possibilita esse tipo de vocalização. Isso acontece porque o modelo convencional sugere que o ar flua em um único sentido (de cima para baixo), mas a hipótese que inclui o colchão gorduroso indica que o ar, na realidade, flui da lateral para o meio, possibilitando que dois sons sejam gerados, um em cada corda vocal. 

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JUBARTE - União: baleias são vistas nadando juntas
JUBARTE – União: baleias são vistas nadando juntas (Karim Iliya/Divulgação)

Isso não impede, contudo, que ambas as formas sejam utilizadas pelo animal. Além de justificar o tipo de som, o novo modelo também explica como ele pode ser tão longo, já que depois que o som é produzido, ao invés de expelir o ar como animais terrestres fazem, ele volta para o pulmão onde pode ser novamente utilizado para vocalizar. 

Os pesquisadores utilizaram laringes retiradas de baleias mortas, em laboratório, para testar esse modelo. O que eles viram foi que, se essa hipótese, o som produzido é bastante limitado, ficando num intervalo que não permite que ele chegue muito longe. 

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Como isso influencia os humanos?

O trabalho revela que o som que as baleias utilizam para se comunicar está no mesmo intervalo de frequência que o ruído produzido por navios. Isso sugere que esse meio de transporte pode influenciar a interação entre esses animais e que isso precisa, portanto, ser considerado por fabricantes e navegadores no futuro.

Apesar da grande importância das descobertas, ainda há muito a ser investigado. Como os pesquisadores chegaram a essas conclusões utilizando laringes isoladas, ainda é preciso descobrir uma maneira de descobrir se isso realmente ocorre em animais vivos. Além disso, novas investigações são necessárias para compreender que caminho esse som percorre até sair do animal.

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