Hong Kong usa DNA para identificar ‘sujões’
Com material genético, cientistas conseguem descobrir a aparência de pessoas que jogam lixo no chão. Depois, colocam retratos delas em outdoors
Em Hong Kong, pessoas comuns tiveram o rosto estampado em outdoors. Mas não foi algo glamuroso. O motivo que as levou à fama foi por terem jogado lixo no chão.
O Desafio Limpeza de Hong Kong, uma organização não-governamental, e a Ogilvy & Mather, agência de publicidade, transformaram a vida dos cidadãos em uma espécie de Big Brother, desencadeando ondas de constrangimentos naqueles que não respeitam a limpeza urbana.
A Ogilvy recolheu lixo de locais ao redor de Hong Kong e enviou amostras para um laboratório nos Estados Unidos, o Parabon Nanolabs, especializado em sequenciamento de DNA. O Parabon analisou o material e criou combinações digitais de como seria a aparência daquelas pessoas. As imagens finalizadas estamparam os outdoors pela cidade.
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O laboratório determina sexo, ascendência, cor da pele, cor do cabelo, cor dos olhos, sardas e até mesmo o formato do rosto. Apesar de a técnica não identificar a idade do indivíduo, já que o DNA não muda de acordo com o envelhecimento, os cientistas levaram em consideração outros fatores, como a demografia, com base no tipo de lixo e o local onde foi coletado, para estimar a faixa etária.
Em comunicado, Rafael Guida, diretor criativo da Ogilvy em Hong Kong, disse que a campanha “combina uma mensagem de serviço público com ciência”. Mas a iniciativa levantou questões polêmicas sobre o direito a privacidade em locais públicos.
(Da redação)