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Fóssil de verme gigante é encontrado na Groenlândia

Predador era o equivalente às focas e tubarões no período Cambriano

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 jan 2024, 12h33

A paleontologia continuamente traz novidades interessantíssimas sobre a história da vida na Terra. O ano mal começou e uma grande descoberta que ajuda a preencher esse interminável quebra-cabeças foi divulgado: uma escavação na Groenlândia revelou um verme gigante que pode ter sido um dos primeiros predadores dos mares ancestrais.

Chamado cientificamente de Timorebestia — besta do terror em latim – o animal colonizou os corpos de água há 518 milhões de anos atrás, antes mesmo dos artrópodes predadores mais antigos que se conhece. Com um tamanho que podia passar dos 30 centímetros de comprimento, barbatanas em torno no corpo e uma cabeça bem definida com longas antenas e uma mandíbula robusta, ele era uma dos maiores animais nadadores do período Cambriano, entre 542 e 418 milhões de anos.

“Os Timorebestia eram gigantes da sua época e estariam perto do topo da cadeia alimentar”, afirma Jakob Vinther, pesquisador da Universidade de Bristol e autor do artigo publicado na última quarta-feira, 3, no periódico científico Science Advances, em comunicado. “Isso o torna equivalente em importância a alguns dos principais carnívoros dos oceanos modernos, como os tubarões e as focas.”

Do que eles se alimentavam?

O novo fóssil foi encontrado no sítio paleontológico de Sirius Passet, no norte da Groenlândia. O local é conhecido por preservar muito bem as características dos animais fossilizados e possibilitou uma observação interessante: restos que o animal havia comido. No sistema digestivo do verme os pesquisadores encontraram resíduos do que identificaram como uma grande quantidade de Isoxys, um gênero de artrópodes daquele período que serviam de refeição para diversos outros animais.

Como ele ajuda na compreensão da vida oceânica?

Os autores ainda identificaram que o espécime era um parente distante dos quetognatas, pequenos predadores marinhos que se alimentam de plânctons e vivem até hoje. “Tanto os quetognatas quanto o mais primitivo Timorebestia eram predadores nadadores”, afirma o Vinther. “Podemos, portanto, supor que provavelmente foram eles os predadores que dominaram os oceanos antes da ascensão dos artrópodes. Talvez eles tenham tido uma dinastia de cerca de 10 a 15 milhões de anos antes de serem substituídos por outros grupos mais bem-sucedidos.”

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VERME - Estrutura: fóssil foi bem conservado pela natureza
VERME – Estrutura: fóssil foi bem conservado pela natureza (PARK et al., 2024/Sci. Adv./Modificado/Divulgação)

O achado ainda ajuda a compreender como os quetognatas evoluíram, já que eles descobriram que o novo predador carrega características que foram observadas apenas no seu descendente, como um centro nervoso localizado na região abdominal.

“Estamos muito entusiasmados por ter descoberto predadores tão únicos em Sirius Passet”, afirma o coautor Tae Yoon Park, em comunicado. “Temos muitas outras descobertas interessantes para compartilhar nos próximos anos que ajudarão a mostrar como eram e evoluíram os primeiros ecossistemas animais.”

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