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Cientistas identificam DNA de ecossistema com 2 milhões de anos

Código foi extraído de restos encontrados em terreno argiloso e sedimentos no norte da Groenlândia

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 dez 2022, 14h00 - Publicado em 7 dez 2022, 13h38

Cientistas identificaram DNA de um ecossistema com pelo menos dois milhões de anos. O código genético foi extraído de fragmentos encontrados em sedimentos no norte da Groenlândia. A descoberta abriu uma janela para um passado com horizonte totalmente diferente do que se imaginava. Em vez do deserto gelado que conhecemos, havia uma floresta verde e variada, com animais soltos em torno de rios e lagos. Os resultados foram publicados nesta quarta-feira, 7, na revista Nature.

A descoberta foi feita por um grupo multinacional de 40 cientistas liderado pelo professor Eske Willerslev, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e pelo professor Kurt H. Kjær, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca. “Pela primeira vez, podemos olhar diretamente para o DNA de um ecossistema que remonta ao passado”, disse Willerslev por meio de um comunicado. “Eu mostrei que, sob as circunstâncias certas, agora podemos voltar mais no tempo do que qualquer um poderia imaginar.”

O DNA mais antigo identificado anteriormente tem um milhão de anos e foi extraído de dentes de um Mastodonte siberiano. A diferença é que o novo recordista vem de fragmentos encontrados em argila e quartzo ao norte do Pólo Norte. As amostras, com alguns milionésimos de milímetro de comprimento, foram retiradas da Formação København, um depósito de sedimentos de quase 100 metros de espessura enfiado na foz de um fiorde no Oceano Ártico, no ponto mais ao norte da Groenlândia.

“As amostras foram encontradas enterradas em depósitos que se acumularam ao longo de 20.000 anos”, explica Kjær, em um comunicado. “O sedimento acabou sendo preservado em gelo ou permafrost e, o que é fundamental, não foi perturbado por humanos por dois milhões de anos”.

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O que descobriu foi um cenário completamente diferente de hoje. O clima na Groenlândia na época variava entre o Ártico e o temperado e era entre 10°C e 17°C mais quente do que atualmente. Os cientistas descobriram evidências de animais, plantas e micro-organismos, incluindo renas, lebres, lêmingues, bétulas e choupos. Até descobriram que o Mastodonte, um mamífero da Era do Gelo, percorreu a região antes de se extinguir.

O ecossistema Kap København não tem equivalente atual e existia em temperaturas consideravelmente mais altas do que hoje. Aparentemente, dizem os cientistas, o clima parece ter sido semelhante ao que esperamos no planeta no futuro devido ao aquecimento global. “A velocidade do aquecimento global de hoje significa que organismos e espécies não terão tempo suficiente para se adaptar”, disse o professor-assistente Mikkel W. Pedersen, envolvido no estudo. “Então, a emergência climática continua sendo uma grande ameaça à biodiversidade e ao mundo – a extinção está no horizonte para algumas espécies, incluindo plantas e árvores.”

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