Um pioneiro experimento científico criou pequenos robôs “vivos”, usando células extraídas de embriões de sapos. É o que mostra uma pesquisa divulgada na segunda-feira 13 no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, por uma equipe de cientistas da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos. No texto, descreve-se como criaram os chamados xenobots.
Construídos a partir de células-tronco embrionárias de uma espécie de sapo africano, eles podem trabalhar em grupos, nadar e sobreviver semanas sem precisar repor energias. Nos testes realizados, os organismos foram usados para transportar pequenas cargas marítimas. Com isso, seria possível, por exemplo, a aplicação de remédios dentro do corpo, com precisão nunca vista antes.
Segundo os pesquisadores, os xenobots são “formas de vida completamente novas, nunca vistas na natureza”, com corpos projetados por um supercomputador. “Eles não são um robô tradicional, nem uma espécie conhecida de animal. São uma nova classe de artefato: um organismo vivo, mas programável”, disse Joshua Bongard, um dos líderes da pesquisa da Universidade de Vermont, em comunicado à imprensa.
“Se pudéssemos criar uma forma biológica em 3D sob demanda, poderíamos reparar defeitos de nascimento, reprogramar tumores em tecidos normais, regenerá-los após lesões traumáticas ou doenças degenerativas, derrotar o envelhecimento”, afirmaram os pesquisadores. Segundo eles, o estudo pode ter “enorme impacto em áreas da medicina regenerativa, como na ‘construção’ de partes do corpo e a indução de regeneração”.
Confira um vídeo (em inglês) sobre o experimento: