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Após falha durante pouso, sonda japonesa volta a se comunicar com a Terra

País se tornou o quinto a realizar uma alunissagem bem sucedida, mas um erro impediu a geração apropriada de energia

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 fev 2024, 13h10

No último dia 20 de janeiro, o Japão se tornou o quinto país a conseguir realizar uma alunissagem bem sucedida em solo lunar. Apesar disso, o Pousador Inteligente para Investigar a Lua (Slim, na sigla em inglês) ficou numa posição inesperada, com os painéis solares escondidos da luz. Agora, com a mudança na posição relativa do sol, a sonda voltou a gerar energia e a enviar dados para a Terra.

O anuncio foi feito pela Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (Jaxa) no último dia 26, no X. “Conseguimos estabelecer comunicação com a SLIM ontem à noite e retomamos as operações”, escreveu o porta-voz na rede social. A imagem mais recente (acima) mostra a região em que a o pousador alunissou.

O pouso foi especialmente importante, porque, diferente das outras naves, a alunissagem foi iniciada na posição vertical e o veículo deveria tomar a posição horizontal após as pernas traseiras tocarem o solo, o que seria possibilitado por apoios esféricos desenhados para absorverem o impacto. Uma das imagens enviadas pelos equipamentos, no entanto, mostra que os propulsores ficaram para cima, ao invés de ficarem para o lado, como previsto. “É provável que um dos dois motores tenha perdido o impulso”, comunicou a agencia em nota. “A causa da perda está agora sendo investigada.”

ALUNISSAGEM ANÔMALA - Slim: pousador ficou em posição que impediu a geração de energia
ALUNISSAGEM ANÔMALA – Slim: pousador ficou em posição que impediu a geração de energia (SLIM_JAXA/X/Reprodução)

A missão foi bem sucedida?

Apesar da anomalia na alunissagem, a missão foi considerada bem-sucedida por dois motivos. Primeiro porque o pouso suave aconteceu, mantendo o equipamento íntegro. Segundo porque o principal objetivo da missão era testar e aprimorar a tecnologia de pouso com o objetivo de atingir a surpreendente precisão de, no máximo, 100 metros de distância do alvo — a melhor até agora foi de valor duas vezes superior a esse valor. As análises mostraram que o pousador está a 55 metros do alvo.

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O projeto também visava estudar a cratera Shioli. Localizada próxima ao polo sul, é possível que a profundidade dela permita a exposição do manto lunar, camada geológica logo abaixo da crosta.

O que houve com as outras missões e o que se deve esperar?

Uma missão japonesa, a chamada Hakuto-R, operada pela empresa privada iSpace, já havia tentado a alunissagem em 2023, sem sucesso. Toda a viagem até o satélite aconteceu sem imprevistos, mas na última etapa, quando os motores deveriam desligar e o pouso ser finalizado, o contato com foi perdido.

Esse foi o primeiro de uma sequência de fracassos. Antes do sucesso indiano, a Rússia também tentou uma alunissagem que não ocorreu a contento, e agora, em janeiro, uma missão privada americana conduzida pela Astrobotic com o apoio da Nasa também falhou em conquistar um espaço no solo lunar.

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Em 2024, no entanto, outras tentativas devem continuar. Em fevereiro, a Intuitive Machines, conseguiu realizar o pouso, conquistando o posto de primeira alunissagem comercial e primeira missão americana a pousar na lua desde o fim da missão Apollo. A China também planeja lançar a missão Chang’e-6, que terá como objetivo coletar cerca de 2 quilogramas de regolito lunar – rochas que, acredita-se, contém água em forma de gelo – e trazer de volta a Terra.

Essas experiências todas entram em um contexto de nova corrida espacial, protagonizada, desta vez, pelos Estados Unidos e pela China. Ambos pretendem levar astronautas de volta ao satélite natural da Terra ainda neste século para o estabelecimento de missões permanentes de exploração. A participação de países menos tradicionais desafia o monopólio das grandes agências e tem o potencial de democratizar a exploração espacial.

Em entrevista a VEJA, em junho de 2023, o porta-voz do Gabinete de Integração e Gestão da Jaxa falou sobre o papel que o país terá ao lado dos americanos. “Japão contribuirá com o programa Artemis com o conhecimento que foi fortalecido através da participação na Estação Espacial Internacional”, disse. A agência fornecerá o sistema de controle ambiental e suporte à vida do módulo de habitação da Gateway, além de construir de um rover pressurizado que conduzirá os astronautas nas missões de pesquisa. “Convencionalmente, concentrou-se na exploração principalmente na área limitada ao redor do local de pouso, mas este rover permitirá explorar mais a superfície por ter a capacidade de viajar por uma área ampla.”

 

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