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Sirene não tocou porque foi ‘engolfada’ pela lama, diz presidente da Vale

Fábio Schvastsman afirmou que rompimento foi muito rápido, o que impediu que funcionários evacuassem o local; executivo diz que quer agilizar indenizações

Por Da Redação 31 jan 2019, 19h05

O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, disse nesta quinta-feira, 31, que a sirene que deveria alertar os funcionários da unidade de Brumadinho sobre o rompimento da barragem não chegou a funcionar adequadamente porque foi soterrada pela lama.

“A sirene é uma coisa trágica. Em geral, pelo que o histórico de rompimento de barragens demonstra, isso vem com algum aviso. Isso acontece aos poucos. Aqui aconteceu um fato que não é muito usual. Houve um rompimento muito rápido da barragem. E o problema é que a sirene que ia tocar foi engolfada pela queda da barragem antes que pudesse tocar”, disse.

Boa parte dos mortos e desaparecidos até agora na tragédia estava no refeitório da companhia. As buscas ainda continuam – até o final da tarde desta quinta-feira, 31, havia 259 pessoas desaparecidas e mortos e 99 mortos.

A sirene é uma coisa trágica. Em geral, pelo que o histórico de rompimento de barragens demonstra, isso vem com algum aviso. Isso acontece aos poucos. Aqui aconteceu um fato que não é muito usual. Houve um rompimento muito rápido da barragem. E o problema é que a sirene que ia tocar foi engolfada pela queda da barragem antes que pudesse tocar

Fábio Schvartsman, presidente da Vale

Schvartsman afirmou, ainda, que a empresa pretende agilizar o pagamento de indenizações às famílias das vítimas. Segundo o executivo, a Vale vai abdicar de qualquer ação judicial sobre o caso e optar por fechar acordos extrajudiciais. O anúncio foi feito após reunião com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

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“Nossa intenção foi basicamente revelar a ela (Dodge) a nossa intenção de acelerar ao máximo o processo de indenização e atendimento às consequências do desastre. Para tanto, estamos preparados para abdicar de ações judiciais. Queremos fazer acordos extrajudiciais e estamos buscando assinar, com a maior celeridade possível, ações com as autoridades do Estado de Minas Gerais que permitam que a Vale comece imediatamente a fazer frente a este processo indenizatório”, disse.

O valor das indenizações não foi definido pela empresa, disse Schvartsman, mas a intenção é realizar os pagamentos assim que o acordo for assinado com o governo mineiro. “O valor do acordo é o valor que tiver que ser. Não existe um valor definido. Vai ser aquilo que for necessário. Quando for definida a extensão das vítimas, o valor será decorrente disso”, disse.

Ele negou que os acordos para o pagamento de indenizações tenham como objetivo aliviar a aplicação de futuras penalidades à empresa. “Nós não estamos em absoluto preocupados com esta questão. Estamos sinceramente muito chateados e tristes com o que aconteceu e queremos minorar o sofrimento das vítimas”, disse.

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O executivo disse que a companhia realizou hoje cultos ecumênicos em homenagem às vítimas – a tragédia completou sete dias hoje. ” A empresa está toda de luto e emocionada pelo que aconteceu. Não é diferente comigo. Estou muito abalado pelo que houve. Meu coração e minha cabeça estão voltados para o atendimento às vítimas e tentar minorar o sofrimento que foi causado.”

Prisões

Schvartsman foi questionado sobre se temia que executivos da companhia fossem presos em razão da tragédia – até agora, três engenheiros da Vale e dois da Tüv Süd, empresa alemã que atestou a segurança das barragens da companhia, foram presos preventivamente. “Eu não tenho nenhum motivo para temer a prisão de nenhum executivo”, respondeu.

Ele disse não acreditar que tenha havido algum conluio entre os profissionais da companhia e da empresa alemã. “A gente compreende que nessa hora, que é de muita consternação e tristeza, versões estranhas aconteçam de todas as coisas. Do meu conhecimento, nada disso existe. Muito pelo contrário, todo o procedimento da Vale tem sido, em todas as informações que me chegaram, absolutamente pertinentes e corretas”, disse.

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Sobre as possíveis punições pelos impactos ambientais causados pelo rompimento da barragem, o presidente da Vale ressaltou que a prioridade é a atenção às vítimas. “Todos os aspectos foram discutidos, mas concordamos que a primeira atenção é às vítimas. Todo o resto é importante, ninguém tira a importância e tudo será cuidado”, afirmou.

(Com Estadão Conteúdo)

 

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