Depois de mais uma fuga de presos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, o secretário de Justiça e Administração Penitenciária do Maranhão (Sejap), Sebastião Uchôa, foi demitido. Na madrugada desta quarta-feira, ao menos treze detentos escaparam do presídio por meio de um túnel. Pela manhã, outro grupo tentou deixar a penitenciária – desta vez, pulando os muros do complexo. Assume a Sejap interinamente o secretário de Segurança Pública do Estado, delegado Marcos Affonso Junior.
Equipes da Globonews flagraram o momento em que presos pulavam os muros da penitenciária. Alguns chegaram a deixar o local pela porta da frente. Só não houve uma fuga em massa porque a Polícia Militar foi chamada e deteve muitos dos presos já do lado de fora do complexo. Em nota, o governo do Maranhão diz que Uchôa “entregou o cargo” na terça-feira. Ele estava à frente da Sejap há um ano e seis meses.
Na segunda-feira, o diretor da Central de Detenção do Complexo, Cláudio Henrique Bezerra Barcelos, de 45 anos, foi preso acusado de ter recebido dinheiro para libertar presos. Muitos dos detentos conseguiram ganhar a rua usando a porta da frente do Complexo. Barcelos também é acusado de fraudar informações do sistema do presídio.
Na semana passada, 36 presos fugiram da penitenciária após um caminhão caçamba derrubar intencionalmente um dos muros do presídio. Inicialmente, o governo do Maranhão divulgou que apenas seis detentos haviam fugido. Após fazer a recontagem dos presos, o governo corrigiu o número para 36. Em março, quatro detentos fugiram por um túnel escavado no chão de uma cela.
Barbárie – No último sábado, o detento Eduardo Cezar Viegas Cunha, de 32 anos, foi encontrado morto esfaqueado e enrolado em um lençol no presídio. Ele é o décimo sexto preso achado morto no local em 2014 – no ano passado, foram registradas sessenta mortes, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Salomão Mota, também diretor do presídio, é investigado por emprestar um celular a um detento. A Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) abriu uma sindicância para apurar o caso. Ele admitiu ter emprestado o aparelho, mas se defendeu, dizendo que o detento precisava falar com os seus familiares e que os telefones fixos da penitenciária não estavam funcionando.