O Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, ficou conhecido neste ano no Brasil pela série de mortes bárbaras de detentos – incluindo cenas filmadas de decapitações. Agora, o presídio do horror volta ao noticiário por outra situação lamentável: o diretor da Casa de Detenção, Claudio Bezerra Barcelos, foi preso nesta segunda-feira sob suspeita de facilitar a fuga de detentos.
Barcelos é investigado pela Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) por receber dinheiro para ajudar sete detentos a escaparem. Em depoimento prestado à polícia, ele confessou os crimes, explicando que mantém uma “relação amistosa” com os encarcerados, segundo o delegado Augusto Barros, superintendente de Investigações Criminais a Polícia Civil do Maranhão. Ele também é acusado por corrupção passiva e prevaricação (quando um servidor deixa de cumprir sua função propositalmente). A Casa de Detenção é uma das oito unidades do maior complexo prisional do Maranhão.
A polícia já pediu à Justiça a quebra do sigilo bancário do diretor para descobrir quanto ele recebia pelo esquema. Segundo o delegado, o diretor redigia alvarás de soltura para os detentos, documentos que só poderiam ser emitidos pela Justiça. Barcelos também trocava mensagens via celular com os encarcerados e alugou a cantina da Casa de Detenção para um de seus beneficiários. “Ele prestava uma espécie de consultoria para os presos em relação à situação jurídica deles. Ele mantinha contato frequente com eles”, disse Barros.
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Após a Justiça decretar a prisão preventiva, Barcelos foi detido dentro do seu escritório. No local, foram apreendidos documentos, computadores e um cartão de crédito no nome de um detento. A polícia também fez buscas em sua residência. Em nota, a Secretaria da Justiça e da Administração Penitenciária (Sejap) informou que ele foi imediatamente afastado do cargo e um inquérito foi instaurado na corregedoria do órgão.
Na semana passada, 36 presos fugiram da penitenciária após um caminhão caçamba derrubar intencionalmente um dos muros do presídio. Inicialmente, o governo do Maranhão divulgou que apenas seis detentos haviam fugido. Após fazer a recontagem dos presos, o governo corrigiu o número para 36. Em março, quatro detentos fugiram por um túnel escavado no chão de uma cela.
Barbárie – No último sábado, o detento Eduardo Cezar Viegas Cunha, de 32 anos, foi encontrado morto esfaqueado e enrolado em um lençol no presídio. Ele é o décimo sexto preso achado morto no local em 2014 – no ano passado, foram registradas 60 mortes, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Salomão Mota, também diretor do presídio, é investigado por emprestar um celular a um detento. A Sejap abriu uma sindicância para apurar o caso. Ele admitiu ter emprestado o aparelho, mas se defendeu, dizendo que o detento precisava falar com os seus familiares e que os telefones fixos da penitenciária não estavam funcionando.
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