Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

MPF investiga associação de médicos por cobrança de propina de cubanos

Entidade ganhou liminar e cobraria R$ 10 mil para incluir profissionais em lista de possível recontratação

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 mar 2023, 08h52 - Publicado em 20 mar 2023, 14h43

O Ministério Público Federal abriu uma investigação para apurar a suposta cobrança de propina por parte de uma entidade que representa os médicos cubanos que participaram do antigo programa Mais Médicos, relançado nesta segunda-feira, 20, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo denúncia recebida pelos procuradores, a Associação Nacional dos Profissionais Médicos Formados em Instituições de Educação Superior Estrangeiras (Aspromed) e um de seus defensores estariam cobrando 10.000 reais de cada associado interessado em ter seu nome dentro de uma lista enviada à Justiça.

A cobrança ocorreria no âmbito de um processo movido pela Aspromed contra a União, cuja decisão provisória, de janeiro de 2023, determinou que o governo federal recontratasse os médicos demitidos depois de o governo de Cuba interromper o contrato com o Brasil, após a eleição de Jair Bolsonaro, em 2018.

Segundo a liminar do desembargador Carlos Augusto Pires Brandão, do Tribunal Regional Federal 1 (TRF1), o governo federal deveria recontratar os profissionais cubanos por mais um ano. A partir daí, o processo passou a receber pedidos de habilitação de interessados em fazer parte da causa.  “Segundo o relato [da denúncia], o argumento utilizado [pela associação] era o de que seria possível a inserção de novos associados à autora para que pudessem ser alcançados pelos efeitos da decisão”, afirma a procuradora da República Anna Carolina Resende Maia Garcia, que investiga as acusações.

A ação

O processo movido pela Aspromed na Justiça Federal começou a tramitar em abril do ano passado. A principal alegação da entidade é que mais de 3.000 médicos ficaram no Brasil depois do término do programa. “Com o fim da cooperação, a maiorias dos médicos intercambistas voltou ao país de origem. Porém, cerca de 3.000 (três) mil deles, associados da autora, decidiram permanecer no Brasil e hoje muitos já se encontram naturalizados (…). No entanto, eles ficaram sem perspectivas de trabalho e sobrevivem em território brasileiro como podiam: vivendo de favores, trabalhando como ambulantes, motoristas de aplicativos, cuidadores de idosos, trabalhando em pequenos estabelecimentos comerciais etc”, afirma a entidade, que teve o pedido aceito há cerca de dois meses.

Desde a publicação da liminar, diversas entidades se manifestaram contrárias à decisão. Uma delas é a Associação Médica Brasileira, que defende a aprovação dos profissionais estrangeiros pelo Ministério da Educação. “Impossível permitir que profissionais estrangeiros (cubanos) com formação deficitária e ensino precário atenda à população brasileira, sem sequer passar por uma validação ou adaptação dos conhecimentos para atuar na saúde da população brasileira, de modo extremamente temerário”, afirmou a AMB.

Continua após a publicidade

O mérito da ação civil pública da Aspromed ainda não foi julgado e o recurso da liminar em segunda instância também aguarda nova apreciação.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.