O Ministério Público de Minas Gerais denunciou nesta terça-feira o homem que confessou ter matado a radiologista Kelly Cristina Cadamuro, de 22 anos, durante uma carona marcada por meio do WhatsApp. A promotoria sustenta que Jonathan Pereira do Prado, de 33 anos, cometeu os crimes de latrocínio, ocultação de cadáver, fraude processual e estupro. Ele está preso. Além de Prado, Wander Luis Cunha e Daniel Teodoro da Silva foram denunciados por receptação de produtos do crime.
Na véspera do feriado de Finados, a jovem havia deixado a cidade de São José do Rio Preto (SP), onde morava, para viajar até Itapagibe (MG), onde visitaria o namorado. Ela anunciou em um grupo de caronas do WhatsApp que faria o percurso. Segundo o Ministério Público, Jonathan Prado usou um nome falso para entrar em contato com ela no aplicativo e se mostrou interessado em uma carona que, segundo ele, também incluiria a namorada dele. No horário combinado, no entanto, apenas Prado apareceu. Ele estava foragido desde março de 2017 do Centro de Progressão Penitenciária de São José do Rio Preto.
Durante o percurso, diz o MP, o Jonathan Prado pediu à jovem que parasse o carro e, então, atacou Kelly com um golpe, que a desmaiou. A denúncia afirma que Prado retirou a radiologista ainda com vida do banco traseiro do veículo e a arrastou até um matagal, onde a estuprou.
“Em razão da recente interpretação do Superior Tribunal de Justiça, nós concluímos que houve o crime de estupro uma vez que ele despiu a vítima, retirando dela inclusive a sua calcinha, com o propósito de praticar o crime. Por motivos outros, ele não conseguiu obter a conjunção carnal. Nessa hipótese específica, a jurisprudência do STJ considera praticado o crime de estupro”, afirma o promotor Fabrício Costa Lopo, responsável pela denúncia.
A acusação apresentada à Justiça sustenta que Prado amarrou uma corda no pescoço de Kelly Cadamuro e a matou “por asfixia mecânica decorrente de enforcamento”. O corpo dela foi encontrado em um ribeirão, em Frutal (MG).
Conforme a promotoria, o assassino estava bêbado e consumiu cocaína para “encorajar-se à execução do plano”. O MP cita como agravantes os fatos de Jonathan Prado ser reincidente e ter cometido o crime “por meio cruel, em estado de embriaguez preordenada e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima”. Ele pode pegar até 51 anos de prisão.
Wander Luis Cunha é acusado de receptação por ter recebido de Prado pneus e rodas do carro de Kelly, o celular dela, bolsas, perfume, sapatos, chinelos e um aparelho de tocar CDs. Daniel Teodoro da Silva foi denunciado pelo mesmo crime por ter comprado o celular da jovem.