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Milícias: empreiteiras ‘compraram mesmo terreno duas vezes’, diz Cappelli

Secretário diz que recebeu denúncias da Prefeitura de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e que prática afetou até obras do 'Minha Casa, Minha Vida'

Por Lucas Mathias Atualizado em 10 jan 2024, 18h16 - Publicado em 10 jan 2024, 17h56

O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, disse a VEJA que, além da cidade do Rio, também houve denúncias de extorsão contra empreiteiras na cidade de Nova Iguaçu, uma das mais populosas do estado, na Baixada Fluminense. E que o crime já atingiu, inclusive, construções do programa Minha Casa, Minha Vida. A prática foi denunciada nesta terça-feira, 9, pelo prefeito da capital carioca, Eduardo Paes (PSD). Segundo Cappelli, empresários do ramo da Construção Civil relataram ter que comprar o mesmo terreno duas vezes, após a invasão de milicianos. 

Em publicação nas redes sociais, Paes havia afirmado que um grupo criminoso ameaçou paralisar a construção de um parque no bairro de Piedade, Zona Norte do Rio, caso a empreiteira vencedora da licitação não pagasse a quantia de 500 mil reais. A obra, iniciada em setembro do ano passado, está avaliada em cerca de 65 milhões de reais, segundo o prefeito. 

Mencionado no post, Cappelli disse já ter recebido relatos de outros casos parecidos e projetou ação para conter a prática. A VEJA, revelou que o município de Nova Iguaçu também está nessa lista. A Polícia Federal, de acordo com ele, já está em contato com a Prefeitura do Rio. O secretário conta que a prática criminosa — recorrente em territórios dominados pela milícia, especialmente na Zona Oeste da capital — já afetou, inclusive, obras do programa de habitação popular do governo federal, Minha Casa, Minha Vida. 

“Estamos colhendo informações e vamos agir. Já tinha ouvido isso de algumas pessoas do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Rio de Janeiro. Relataram, inclusive, que têm que comprar o terreno duas vezes. Compram, a milícia invade, e eles têm que comprar de novo da milícia. Um empresário, por exemplo, disse que comprou terreno para uma construção do Minha Casa, Minha Vida. Mas, quando chegou, a milícia o tinha invadido. E teve que pagar novamente um pedaço do valor do terreno a esse grupo, para que eles saíssem”, afirma Cappelli. 

O secretário, no entanto, diz ter “muita confiança” no trabalho da superintendência da PF no Rio. Para ele, o cenário no estado é especialmente crítico pelas conexões entre o tráfico de drogas e grupos de milicianos. “O problema é que está tudo misturado. Você tem milícia, tráfico e narcomilícia. O Rio inova. É gravíssima a situação”, diz. 

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