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Fazendeiro mantém madeireira ilegal em Paranatinga para devastar Amazônia

Agropecuária Jatobá, do empresário Thiago Fabris, ergueu uma estrutura para desmatar árvores centenárias da Floresta Amazônica na cidade mato-grossense

Por Edoardo Ghirotto e Eduardo Gonçalves
Atualizado em 3 ago 2020, 13h44 - Publicado em 3 ago 2020, 13h10

Uma fazenda pertencente à Agropecuária Jatobá, do empresário Thiago Fabris, abriga uma madeireira ilegal que está desmatando uma área de floresta nativa da Amazônia na cidade de Paranatinga, no Mato Grosso. O flagrante foi feito no último dia 28, durante o período da tarde, em passagem da reportagem de VEJA pelo distrito de Santiago do Norte, localizado a 520 quilômetros de Cuiabá.

A madeireira se encontra no perímetro da Fazenda Boa Vista e tem extraído toras centenárias de uma reserva legal de Floresta Amazônica identificada no CAR (Cadastro Ambiental Rural) da propriedade, o que configura crime ambiental. O CAR é um documento de identificação das propriedades rurais e de suas particularidades.

VEJA forneceu as coordenadas da foto que ilustra esta reportagem para autoridades ambientais, que confirmaram a ilegalidade. A madeireira se encontra próxima à estrada de terra que serve para caminhoneiros escoarem a produção das fazendas de Santiago do Norte. Havia sinais de atividade recente no local, como trilhas abertas em meio à mata e carros estacionados entre as toras.

Antes de chegar a Santiago do Norte, a reportagem conversou com um caminhoneiro que retornava da área onde estão localizadas as fazendas da região. “Levei sal e estou trazendo curral. É da fazenda do Thiago, lá da Jatobá”, disse ele, que dirigia um veículo preparado de forma a parecer um transportador de grãos. Questionado sobre o que queria dizer com o termo “curral”, o caminhoneiro afirmou que se tratava de uma carga de madeira. Já o sal serviria para a alimentação do gado.

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À beira da rodovia MT-130, no distrito de Santiago do Norte, uma serraria acumula toras retiradas da floresta nativa da Amazônia – (Caio Guatelli/VEJA)

O perfil da Agropecuária Jatobá no Instagram informa que a empresa trabalha apenas com a venda de soja, milho e gado. Fotos aéreas da Fazenda Boa Vista foram publicadas há seis semanas com a legenda “cuidar do meio ambiente é nossa missão”. Fabris não retornou um pedido para comentar o assunto.

O empresário é mais um a cometer irregularidades em Paranatinga, cidade onde estão as duas fazendas que mais devastaram a Amazônia nos últimos meses, segundo levantamento exclusivo publicado na edição desta semana de VEJA. A propriedade de Fabris fica a alguns quilômetros da Fazenda Cristo Rei, pertencente a Edio Nogueira e que lidera o ranking de desmatamento. Nogueira é acusado de ter ceifado quase 24.000 hectares de floresta para converter a área em pasto. Ele foi multado em 50 milhões de reais pelo crime, um recorde na história do Ibama, mas ainda não pagou a quantia.

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Cuidar do Meio Ambiente é nossa missão!!!! #energiasolar#energiasustentavel

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