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Ex-chefão da Telecom Itália vai responder por roubo de dados da Kroll

Caso ocorreu em 2004, em meio à disputa societária pelo comando da Brasil Telecom, que opôs o banqueiro Daniel Dantas à tele italiana e fundos de pensão

Por Da Redação
13 nov 2012, 20h54

O presidente da Pirelli e ex-chefão da Telecom Itália Marco Tronchetti Provera vai responder na Justiça italiana por roubo de dados do escritório brasileiro da Kroll, a maior empresa de investigação do mundo. A primeira audiência foi marcada para 18 de fevereiro de 2013, em Milão.

Segundo a denúncia, o roubo ocorreu em 2004, em meio à feroz disputa societária pelo comando da Brasil Telecom, que opôs o banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity, aos sócios Telecom Itália e fundos de pensão de empresas estatais.

No Brasil, o caso tomou forma de escândalo pela suspeita de que a Kroll, a mando do banqueiro, estivesse espionando o alto escalão do governo Lula. Na Itália, os promotores puxaram outros fios da trama: fabricação de dossiês ilegais e corrupção internacional.

O escândalo na Itália eclodiu em 2006, quando se descobriu um gigantesco esquema de espionagem e corrupção tocado desde o final dos anos 1990 por integrantes da agência de inteligência italiana e da equipe de segurança da Telecom Itália. As investigações, em que o Brasil aparece de forma apenas marginal, já levaram 21 pessoas à prisão e agora embasam a denúncia contra Provera por receptação de produto roubado.

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Os promotores italianos estão convencidos de que a Telecom Itália, por meio de sua equipe de segurança, interceptou ilegalmente informações do computador de um funcionário da Kroll no Rio de Janeiro. Os dados foram embalados na forma de um dossiê que municiou a primeira investida da Polícia Federal contra Daniel Dantas, a Operação Chacal, que nos anos seguintes mudaria de nome, comando e assunto e voltaria à tona como Satiagraha, tendo à frente o hoje deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB).

O trabalho da Procuradoria de Milão corrobora uma das principais teses da defesa de Dantas nos processos que derivaram do escândalo: o caso Kroll nasceu sob o patrocínio dos rivais italianos, com aval da cúpula da Telecom Itália.

Parte do processo italiano, por sinal, foi incorporada à ação movida contra Dantas e outras 15 pessoas a partir da denúncia de arapongagem saída da Chacal. Das 16 acusações contra o banqueiro, 15 foram derrubadas ao longo do processo. Em fevereiro de 2012, a 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo julgou a imputação remanescente – formação de quadrilha – e a acolheu parcialmente.

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Na sentença, a juíza Adriana Freisleben de Zanetti reconheceu provas anteriores ao dossiê italiano, apontou violação de sigilo, incluindo dados do sistema de informações do Banco Central e da Polícia Federal, e condenou cinco antigos funcionários ou colaboradores da Kroll a dois anos de prisão, pena substituída por sanções restritivas de direitos.

Dantas, a ex-presidente da Brasil Telecom Carla Cico e outras 9 pessoas foram absolvidos. “Embora haja várias passagens no processo em que a acusação afirma que Carla e Daniel sabiam dos métodos ilícitos da Kroll, nada há de concreto nesse sentido”, afirmou a juíza na sentença.

Defesa – “Estamos seguros de que poderemos demonstrar no processo que nenhum comportamento ilegal foi cometido”, afirma Roberto Rampioni, advogado de Provera, em comunicado enviado por e-mail. De acordo com Rampioni, o material recebido na Itália foi imediatamente enviado à Justiça, providência tomada para salvaguardar a empresa.

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(atualizado em 14/11/2012, com informações da defesa de Provera)

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