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Caos na segurança deixa 75 mortos em 4 dias no Espírito Santo

Média de quase 19 assassinatos por dia é muito maior que a registrada no ano passado, que foi de 3,2; mesmo com militares nas ruas, clima é de insegurança

Por Da redação
Atualizado em 7 fev 2017, 20h50 - Publicado em 7 fev 2017, 18h24

Pelo menos 75 pessoas foram mortas no Espírito Santo – que vive grave crise na segurança pública – entre sábado e esta terça-feira depois que policiais militares deixaram as ruas e permaneceram aquartelados, o que dá uma média de 19 assassinatos por dia, seis vezes a média registrada no estado no ano passado, que foi de 3,2 por dia.

O caos começou a se instaurar, principalmente na região metropolitana de Vitória, desde sábado, quando parentes de policiais militares passaram a protestar em frente aos batalhões impedindo a saída dos veículos, o que praticamente deixou as ruas sem policiamento. Os PMs, que são proibidos por lei de fazer greve, reivindicam reajuste salarial e pagamento de auxílio-alimentação, auxílio-periculosidade, insalubridade e adicional noturno aos PMS.

Apesar do reforço de mil homens das Forças Armadas e duzentos homens da Força Nacional, determinados pelo presidente Michel Temer, o Espírito Santo segue vivendo mais um dia de insegurança nesta terça-feira, com assaltos, saques e assassinatos. A ação de patrulhamento federal, anunciada pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, e pelo governador em exercício, César Roberto Colnago (PSDB), foi iniciada, mas ainda não permitiu que fosse retomada a normalidade.

Os militares atuarão no policiamento das ruas em conjunto com os órgãos de segurança locais, segundo o Ministério da Defesa. Ainda no início desta semana, houve troca de comando na Polícia Militar. O coronel da PM Nylton Rodrigues assume a pasta no lugar do comandante-geral, coronel Laércio Oliveira, que foi exonerado do cargo após menos de um mês de sua nomeação.

O início do ano letivo nas escolas, que estava previsto para segunda-feira, continua suspenso, os postos de saúde continuam fechados e o Departamento Médico Legal (DML) chegou a ser fechado pela Polícia Civil na segunda-feira por conta da superlotação. O local dispõe de doze gavetas para corpos, mas acumulava mais de trinta mortos – alguns deles estavam espalhados pelo chão. Repartições públicas estão restringindo atendimento.

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Os ônibus do transporte público começaram a retornar as atividades nesta manhã – inicialmente, com a frota utilizada aos sábados, de cerca de 60% do total. Será uma operação-teste até as 19 horas, quando será decidido se os ônibus seguirão circulando durante a noite.

‘Greve branca’

A Justiça do Espírito Santo classificou a paralisação como “greve branca” e declarou ilegal o movimento dos familiares dos policiais militares, que estão acampados em frente a 11 batalhões em mais de 30 cidades do estado, e determinou multa de 100 mil reais por dia às associações que representam os policiais capixabas, caso haja descumprimento da decisão.

Segundo o diretor social e de relações públicas da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar (ACS), Thiago Bicalho, o movimento foi espontâneo. De acordo com a entidade, o salário-base de um policial no estado é 2 600 reais, enquanto a média nacional chega a 4 000 reais. A entidade argumenta que há anos os policiais não têm aumento salarial e que essa situação acabou por motivar familiares dos policiais a fazerem as manifestações em frente aos quartéis.

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O cenário no estado ainda pode piorar na próxima quinta-feira, quando os policiais civis fazem assembleia para definir se entram em greve por melhores salários. “Nosso salário é um dos mais baixos do Brasil. Nos últimos anos, não houve recomposição por causa da inflação”, afirma Humberto Mileip, vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindipol).  O governo afirma nem ter conhecimento da possibilidade de paralisação.

 

 

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