Agressão a cabos eleitorais é caso de polícia, afirma TRE
'Não dá para passar para a população a falsa impressão que qualquer coisa que acontecer vai ser creditado ao período eleitoral', diz desembargador Luiz Zveiter
As agressões de traficantes de drogas a dois assessores do candidato à prefeitura de Nova Iguaçu Nelson Bornier (PMDB), na manhã de domingo, não estão sendo interpretadas como crime eleitoral pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ). Para o presidente da Corte, desembargador Luiz Zveiter, as conclusões sobre a motivação do crime são responsabilidade da polícia civil.
“O candidato fez a sua caminhada normalmente. Sem nenhum problema. Quando saiu é que houve problema com dois cabos eleitorais que ficaram. A polícia está averiguando”, afirmou Zveiter. “Se a polícia concluir que foi algo meramente eleitoral, veremos a providência que iremos tomar. Não dá para passar para a população a falsa impressão que qualquer coisa que acontecer vai ser creditado ao período eleitoral”, completou.
Em conversa por telefone nesta segunda à tarde, Bornier pediu providências ao secretário de Segurança do estado, José Mariano Beltrame. As investigações policiais já teriam identificado o grupo que agrediu os assessores, segundo o peemedebista. Bornier, que já foi prefeito de Nova Iguaçu entre 1997 e 2002 e está no terceiro mandato de deputado federal, confirmou que pretende voltar à comunidade onde ocorreu o ataque no próximo fim de semana. “Não posso virar as costas para a população por causa desse episódio”, disse o candidato. “Aquela região é a maior zona eleitoral de Nova Iguaçu. Concentra 115.000 dos 560.000 eleitoral da cidade”, explicou.
O caso – As agressões aos dois funcionários aconteceram após uma caminhada do candidato numa região de conjuntos habitacionais de Nova Iguaçu. Um motorista e um assessor foram espancados com paus e coronhadas de revólver. Eles haviam permanecido em uma das comunidades visitadas pelo peemedebista para prender placas da candidatura. Os traficantes ficaram com os pertences dos cabos eleitorais. Pelo celular de um deles cobrou 50.000 reais para autorizar a realização de eventos de campanha na comunidades.
O TRE-RJ já encaminhou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) solicitação de envio de tropas federais para monitorar a campanha e o dia de votação em oito municípios e diversas comunidades na capital. Nova Iguaçu não está entre as cidades listadas. O TSE aceitou o pedido do TRE-RJ, mas ainda não se manifestou sobre quando as tropas serão enviadas.
LEIA TAMBÉM:
TRE-RJ monitora candidatos suspeitos de integrar milícias
Eduardo Paes e Marcelo Freixo trocam acusações sobre milícias em debate na TV
TRE pedirá reforço contra atuação de milícias nas eleições no Rio de Janeiro
(Com Agência Estado)