Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

TRE pedirá reforço contra atuação de milícias nas eleições no Rio de Janeiro

Reunião marcada para terça-feira decidirá locais de atuação do Exército e da polícia durante as eleições no estado

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 jul 2012, 19h03

As milícias são, mais uma vez, uma preocupação no horizonte para as eleições no Rio de Janeiro. O combate aos grupos que proíbem a circulação de candidatos e determinam quem pode fazer campanha será tema de uma reunião nesta terça-feira, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro. Representantes do tribunal e de setores de inteligência da polícia e do Exército mapearão as áreas de influência de milicianos e traficantes. A partir desse trabalho, serão traçados planos de ação para o período de campanha e, se necessário, para o deslocamento de tropas de segurança durante o pleito. A participação de tropas federais está sendo acertada com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e com o Ministério da Defesa.

Fiscais do tribunal, disque-denúncia eleitoral e informações da polícia indicam que a pressão dos criminosos tem dificultado a campanha em alguns pontos da cidade. A zona oeste é um lugar-chave para inibir as ações de intimidação dos grupos paramilitares. “É o bandido institucionalizado. Aquele que deveria representar o estado do lado do cidadão, mas está do lado do bolso”, afirma o presidente do TRE-RJ, Luiz Zveiter, sobre os policiais que participam ou encobrem milícias.

De forma geral, os currais eleitorais se formam quando, por intimidação, o eleitor tem afetada sua liberdade de escolha. Em áreas carentes, algumas siglas e candidatos foram impedidos de entrar, por exemplo, em 2008, ano em que foi montada uma grande operação contra a ação das milícias.

Uma das medidas que será adotada novamente este ano é a proibição de celulares e câmeras no momento do voto. Assim, evita-se, por exemplo, que o eleitor seja obrigado a registrar, para um criminoso, em quem votou.

A convocação de militares para reforçar áreas consideradas críticas não será exclusividade do Rio. Mas, no estado, já estão identificados alguns pontos onde haverá incremento de agentes e militares. Algumas delas serão Magé, Campos dos Goytacazes e Itaboraí, onde está sendo construído o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, o Comperj. “Em todo local onde entra muito dinheiro há briga acirrada”, explica Zveiter, sobre as cidades contempladas pelos royalties do petróleo.

Continua após a publicidade

As favelas são uma preocupação permanente nesse sentido. Nas eleições de 2008 e 2010, por exemplo, candidatos só faziam campanha da Rocinha quando autorizados por Antônio Bonfim Lopes, o Nem. Até mesmo os moradores que queriam se lançar candidatos precisavam ter as benções da quadrilha. Este ano, mesmo os locais que receberam Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) estão nos planos do reforço de patrulhamento. A missão do Exército, nessas áreas, será a de instruir a população sobre a liberdade do voto.

A volta do tema “milícia” à campanha é um prato cheio para o candidato do PSOL à prefeitura do Rio, Marcelo Freixo. Segundo deputado estadual mais votado no Rio, em 2010, Freixo presidiu a CPI das Milícias, em 2007, e, desde então, tem o assunto como uma de suas principais bandeiras. Em 2010, houve casos de moradores da zona oeste que foram constrangidos por andar com adesivo de Freixo. “Agora, em 2012, houve militante nosso recebendo recado de milícia”, afirma ele.

No último pleito, o deputado não foi à zona oeste. Desta vez, já fez campanha no calçadão de Campo Grande e prevê ir ao calçadão de Bangu no próximo fim de semana. “Vou enviar oficio para a Polícia Militar, secretaria de Segurança e Justiça Eleitoral avisando que irei a Bangu. Não estou pedindo reforço na segurança, apenas comunicando. Vai depender deles se vão reforçar. Eu estou pensando em não ir a alguns locais específicos da zona oeste para não parecer provocação. Isso poderia ser visto como tentativa de gerar mídia ou como um ato abusivo”, diz Freixo.

Na última legislatura, presos dois vereadores e um deputado estadual. Uma das acusações que pesou sobre Cristiano Girão, ex-vereador pelo PMN, foi formação de quadrilha, por envolvimento com grupos paramilitares de Jacarepaguá. Jerônimo Guimarães, o Jerominho, ex-vereador pelo PMDB, e o seu irmão, Natalino Guimarães, ex-deputado estadual, foram presos. Eles são acusados de comandar a maior milícia da zona oeste do Rio de Janeiro, a Liga da Justiça.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.