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Política, negócios, urbanismo e outros temas e personagens gaúchos. Por Paula Sperb, de Porto Alegre
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‘Lava Jato gaúcha’ mira empreiteiras e doleiro ligado a ministro

Tonico, que teria repassado um milhão de reais em propina a Eliseu Padilha, tem relação com entidades de construtoras investigadas por desviar verba pública

Por Paula Sperb
Atualizado em 16 ago 2017, 13h34 - Publicado em 16 ago 2017, 12h59

A Polícia Federal iniciou, na manhã desta quarta-feira, em Porto Alegre, a Operação Étimo, que investiga lavagem de dinheiro desviado de obras públicas federais por intermédio de associações que representam construtoras. A expectativa é que a Étimo seja a “Lava Jato gaúcha”, segundo o delegado Sérgio Busatto, da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros (Delefin). Isso porque a operação investiga um período abrangente de atos ilegais, de 2000 a 2011, quando pelo menos 30 milhões de reais teriam sido desviados.

O dinheiro de obras em estradas era repassado a associações de empreiteiras com a justificativa de prestação de serviço de assessoria. Os valores eram distribuídos a três empresas de fachada em espécie, para dificultar o rastreamento. Também eram depositados em contas no Panamá e na Suíça, de acordo com a delegada Ilienara Cristina Karras, que comanda a operação.

A palavra Étimo, em grego, significa “origem” e remete à fonte das informações, que foram compartilhadas pelo juiz Sergio Moro, de Curitiba. Os dados da Operação Xepa, 26ª fase da Lava Jato, ajudaram a PF gaúcha a deflagrar a investigação.

Os delegados responsáveis não divulgaram os nomes e associações envolvidas. VEJA apurou que os cinco mandados de busca e apreensão realizados na manhã desta quarta-feira estão ligados à Areop (Associação Riograndense de Empreiteiros de Obras Públicas) e ao Sicepot-RS (Sindicato da Indústria de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem do RS). VEJA tentou contato com as entidades, mas não obteve retorno.

As duas entidades funcionam no mesmo endereço e recebiam verba desviada das obras públicas e repassavam a três empresas de fachada com atuação em Canoas e Glorinha, no RS, e Brasília, no Distrito Federal. A PF não divulgou quais agentes públicos e políticos podem estar envolvidos no esquema.

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Tanto a Aerop quanto a Sicepot estão relacionadas a Antônio Claudio Albernaz Cordeiro, o doleiro que foi preso durante a  Operação Xepa, em Porto Alegre. Antônio é conhecido como “Tonico” e, segundo reportagem de VEJA, destinou 1 milhão de reais ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB). Padilha é braço-direito do presidente Michel Temer (PMDB).

O irmão de Antônio, Athos Roberto Albernaz Cordeiro, é atualmente o presidente da Aerop e já presidiu o Sicepot. “Os personagens são coincidentes”, disse a delegada Karras em entrevista. “Temos um quebra-cabeça, uma colcha de retalhos. Estamos procurando montar esse quebra-cabeça sobre desvios de recurso público. O miolo da investigação é a [deflagrada] hoje, disse o delegado Alexandre Iscarrola, da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor).

A previsão da delegada Karras é que, após a análise do material coletado e as oitivas dos investigados, o inquérito seja concluído em sessenta dias.

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