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Por Coluna
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Sobrará para quem merece parte da culpa pelas mortes da Covid

Uma tragédia que poderia ter sido mais bem enfrentada se houvesse vontade e competência

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 26 fev 2021, 10h57 - Publicado em 25 fev 2021, 08h00

Em países onde o sistema de governo é parlamentarista, há muito teria sido apeado do poder o chefe de Estado que sabotou o combate à pandemia da Covid-19, o maior flagelo da humanidade nos últimos 100 anos, celebrou a morte preocupado acima de tudo em salvar a economia e não se empenhou em vacinar a população.

Lembra alguém? Por aqui o sistema de governo é presidencialista. E um presidente só pode ser impedido de completar seu mandato mediante um processo de impeachment. Mais de 60 pedidos repousam no fundo de uma gaveta do presidente da Câmara dos Deputados. Se não andaram antes, agora muito menos.

Enquanto isso, há um ano a ser completado amanhã do primeiro caso de coronavírus no Brasil, o país ultrapassou a pavorosa marca de 250 mil mortes (exatas 250.079) e de 10 milhões de doentes (exatos 10.326.008). O vírus já matou no mundo 2.492.886 pessoas. Aqui, nas últimas 24 horas, 1.433, um novo recorde.

Os Estados Unidos continuam na liderança em número de mortes – 504.738. Em seguida vem o Brasil com cerca de 10% de todas as mortes do planeta. Depois, México, Índia e Reino Unido. São, em média, 49.533 novos casos por dia no Brasil, 9% a mais do que 14 dias atrás. É de 1.129 a média de mortes por dia.

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O total de vacinados com a primeira dose corresponde apenas a 2,92% da população brasileira. E com a segunda dose, 0,75%. Nos primeiros 55 dias deste ano, as mortes por Covid no Amazonas (5.357) superam o total das mortes do ano passado naquele Estado. Tem gente ainda morrendo por lá sem oxigênio.

Entre as mais recentes trapalhadas do Ministério da Saúde comandado por um general que é especialista em logística militar, destaca-se a que ocorreu ontem. Era para o Amazonas ter recebido 78 mil novas doses de vacina, e o Amapá 2 mil. Aconteceu justamente o contrário. O erro seria corrigido nesta madrugada.

Logo no pior momento da pandemia no Brasil, estados padecem da falta de dinheiro do governo federal para garantir leitos extras de UTI. Em dezembro, o Ministério da Saúde bancava 60% dos leitos de UTI do SUS para tratamento de Covid. Em janeiro, esse número foi reduzido pela metade. Neste mês, caiu para 15%.

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A pandemia ainda estava no começo quando o Ministério da Saúde anunciou a parceria com o laboratório anglo-sueco que produz a vacina AstraZeneca. A assinatura do contrato ocorreu em setembro último e garantiria a entrega de cem milhões de doses da vacina. Só recebeu até agora um dos 14 lotes de matéria prima previstos.

O governo mexeu-se com muita lentidão para a compra de vacinas e a procura por elas é maior do que a oferta. Existem 6 marcas de vacinas testadas e aprovadas. A da Pfizer é uma delas. Até agora, 52 países já aceitaram a cláusula de responsabilidade e fecharam contratos para receber a vacina da Pfizer. O Brasil, não.

Se tivesse dependido só do presidente Jair Bolsonaro, nem a CoronaVac, vacina chinesa produzida pelo Instituto Butantan, teria sido comprada. Ele a batizou de “vacina do Doria”, sobrenome do governador paulista. Pressionado, acabou autorizando a sua compra. Recuou depois. E finalmente concordou.

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Deixe estar. Parte das mortes pelo vírus irá parar na conta dele – e com razão.

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