No voto de Eduardo Leite em Bolsonaro, pragmatismo superou as convicções?
Ao votar no atual presidente, o governador do Rio Grande do Sul deixou suas convicções de lado
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), foi parar no topo das notícias nos últimos dias depois de revelar sua orientação sexual. Embora seja louvável a atitude do governador de falar abertamente sobre um assunto que não deveria ser mais um tabu, fica ainda mais difícil entender o voto de Eduardo Leite em Jair Bolsonaro em 2018.
O governador já falou abertamente sobre sua opção na eleição presidencial de 2018 e justificou que a volta do PT parecia muito ruim naquele momento. Apesar da tentativa de se explicar, é incompreensível que Leite tenha votado em um candidato que, ao longo de toda a sua vida pública, nunca escondeu a homofobia de ostentação, já que Bolsonaro vive falando sobre isso.
Recentemente, Eduardo Leite admitiu que o voto em Bolsonaro foi um erro, mas o pragmatismo político não pode ser tão grande que faça o governador passar por cima de suas convicções pessoais. A decisão de Eduardo Leite de se assumir homossexual não tem que ser discutida porque faz parte de sua vida pessoal, mas o voto em Bolsonaro certamente levanta a dúvida sobre a decisão que fez em sua jornada política.