Como já dissemos, alimentação é o tempo todo, é vida. Não existe tempo bom nem tempo ruim para se iniciar uma mudança de hábito alimentar em nossas vidas. Porém, a todo instante nos deparamos com postagens de pessoas e até mesmo de profissionais da área da saúde falando sobre DIETAS.

Qual a dieta da moda? Qual a dieta da vez? Qual a melhor dieta? Você já percebeu que todos os dias algum conhecido seu ou até você mesmo ou algum desconhecido que passa na rua está falando sobre alimentação? Sim… E sabe por quê? Porque alimentação e formas de emagrecimento são uns dos assuntos mais comentados atualmente.

E dentro desse assunto tão comentado, inevitavelmente surge a palavra DIETA. Mas “dieta” como uma referência a regimes alimentares especiais para perda de peso ou combate a alguns tipos de doenças, por exemplo. A palavra DIETA significa uma cota habitual de alimentos que são ingeridos por uma pessoa. É o comportamento nutricional dos seres vivos. Logo, na dieta de uma pessoa, poderão existir carboidratos, proteínas e gorduras, que são os macronutrientes, e vitaminas e minerais, que são os micronutrientes.

Mas a palavra DIETA dita possivelmente todos os dias, milhares de vezes, não significa essa cota diária habitual de alimentos. Ela vem para dar o significado de uma forma de alimentação que traz algo novo, algo diferente, “algo milagroso”.

Dieta e restrição

Ao se falar em “dieta”, fala-se muito em restringir alguns macronutrientes, como por exemplo o carboidrato. A essas dietas se dão os nomes de LOW CARB, que traduzindo para o português seria a diminuição de carboidrato ou baixo carboidrato ou LOW FAT, menos gordura, por exemplo.

A busca incessante pela beleza física que atualmente se traduz na “magreza” ou “ser magro”, faz com que as pessoas busquem o emagrecimento/perda de peso a qualquer custo. Isso se traduz em seguir dietas sem a orientação de um profissional da área da saúde, e também fazer exercícios físicos sem o devido acompanhamento.  Seguir uma “dieta” somente porque a amiga ou a blogueira falou e deu certo, não é um bom sinal. Cada corpo reage de uma forma: o que é bom para um, não é certo que será bom para o outro.

Isso sem contar nos famosos remédios e pílulas … pílula no café da manhã, no almoço, no jantar…. Isso é sustentável? Não, isso não se sustenta por muito tempo. Ninguém consegue prosseguir dessa forma. E o que ocorre ao final? A pessoa desiste e volta a cometer os mesmos erros que cometia no passado.

Dieta individualizada

Na alimentação existem quatro leis: quantidade, qualidade, harmonia e adequação. Isso é conhecido no meio médico como Lei do Escudero. Há 70 anos, Pedro Escudero, um médico argentino, criou as leis da alimentação, expressando, de forma simples, a base para uma alimentação saudável. Seguindo essa diretriz, conseguimos entender o motivo pelo qual toda dieta deve ser individualizada, levando em consideração a quantidade, qualidade, harmonia e adequação para cada paciente, para cada indivíduo.

Seria impossível dizer ou afirmar qual seria a melhor dieta. Essa resposta nunca vai existir. Pois quando lidamos com pessoas, lidamos com indivíduo, com um ser único. Somos semelhantes, mas não somos iguais.

Cabe aos profissionais de saúde em conjunto com cada indivíduo, diagnosticar qual o melhor plano nutrológico a ser seguido, visando sempre a saúde plena, evitando, assim, a restrição de macro e micronutrientes, de forma com que isso possa levar o paciente à uma desordem nutricional.

Dieta e emagrecimento

Muitas vezes lançamos mão de estratégias nutricionais para a perda de peso. Para emagrecimento, por exemplo, poderíamos utilizar estratégias pontuais que perdurem somente por um curto período de tempo. Para tal, precisamos fazer uso de uma dieta hipocalórica, onde o balanço energético entre a ingesta calórica e o gasto calórico é negativo, causando um déficit calórico e por consequência a perda de peso.  Isso se chama estratégia de perda de peso e deve ser seguida sempre com orientação do profissional de saúde.

Mas essa estratégia não pode ser usada em um indivíduo com pouca massa muscular, por exemplo uma pessoa idosa e sarcopênica (pouca massa muscular). O especialista precisa estar atento, pois estes, quando sozinhos, fazem dietas sem orientação e acabam prejudicando o seu quadro clínico e por consequência, perdendo ainda mais a massa muscular existente.

Não existe dieta milagrosa

Mas voltando ao cerne desse debate, temos que ter em mente que a palavra a ser dita é: INDIVIDUALIZAR.

Dietas novas e “milagrosas” sempre irão existir e a cada dia mais e mais. Não podemos fechar os olhos para isso e muito menos nos cegar ao ponto de acharmos que um dia encontraremos o alimento perfeito ou a substância emagrecedora do momento. A expectativa de vida da população vem aumentando a cada ano e com ela a busca por uma vida saudável e com qualidade vem sendo um dos objetivos a serem alcançados e almejados por todos.

Saber dosar a alimentação e trazer para a vida ensinamentos fáceis e básicos do dia a dia, como a prática de exercícios físicos diários, boas noites de sono e gerenciamento do stress, são ações que tornarão possível a busca por uma saúde plena.

O que vemos diariamente são pessoas tentando mudar. E ao fazer isso, procuram dietas milagrosas, rápidas e fáceis. Contudo, não vêm a hora que elas acabem para que possam voltar a fazer aquilo que faziam antes. Pura perda de tempo! Se continuarmos fazendo o que fazíamos, os resultados continuarão sendo sempre iguais.

Uma alimentação saudável com mudanças de hábitos será para sempre. Dietas, estas não se sustentam por muito tempo. E sempre haverá aquele que vai me perguntar: Doutor, qual a melhor dieta a ser seguida? Low carb ou, Low fat? Vou dizer: não tente fazer essa ‘Low Cura’!

Quem faz Letra de Médico

Adilson Costa, dermatologista
Adriana Vilarinho, dermatologista
Ana Claudia Arantes, geriatra
Antonio Carlos do Nascimento, endocrinologista
Antônio Frasson, mastologista
Arthur Cukiert, neurologista
Ben-Hur Ferraz Neto, cirurgião
Bernardo Garicochea, oncologista
Claudia Cozer Kalil, endocrinologista
Claudio Lottenberg, oftalmologista
Daniel Magnoni, nutrólogo
David Uip, infectologista
Edson Borges, especialista em reprodução assistida

Eduardo Rauen, nutrólogo
Fernando Maluf, oncologista
Freddy Eliaschewitz, endocrinologista
Jardis Volpi, dermatologista
José Alexandre Crippa, psiquiatra
Ludhmila Hajjar, intensivista
Luiz Rohde, psiquiatra
Luiz Kowalski, oncologista
Marcus Vinicius Bolivar Malachias, cardiologista
Marianne Pinotti, ginecologista
Mauro Fisberg, pediatra
Roberto Kalil, cardiologista
Ronaldo Laranjeira, psiquiatra
Salmo Raskin, geneticista
Sergio Podgaec, ginecologista