Os desafios da Apple com o lançamento do Vision Pro
Depois de acompanhar muitos concorrentes morrerem na praia no mercado da realidade virtual, a companhia decidiu que era hora de entrar no jogo
A Apple, que quase sempre esteve na vanguarda das inovações, agora aprendeu a esperar. Depois de acompanhar muitos concorrentes morrerem na praia com lançamentos de realidade virtual, o VR, na sigla em inglês, a companhia finalmente decidiu que era hora de entrar no jogo. Na segunda-feira 5, o CEO Tim Cook anunciou o Vision Pro. Parecido com óculos de esqui futurista, o equipamento permitirá aos usuários visualizar o conteúdo digital de forma imersiva por meio de controle de voz, olhar e gestos com as mãos. Será lançado no primeiro trimestre do ano que vem com preço inicial de exagerados 3 499 dólares. “É o primeiro dispositivo no qual você olha através e não para onde”, disse Cook na apresentação, já sem o lendário charme provocador de Steve Jobs. A estrutura de alumínio e vidro abriga sensores, câmeras e alto-falantes integrados. Com o Vision Pro, a Apple oferecerá ampla gama de experiências, de jogos com a marca Disney até videoconferências e reuniões de trabalho, incluindo interação com aplicativos da Microsoft. A Meta, de Mark Zuckerberg, fez promessa semelhante com o Quest Pro, mas não foi muito longe. Resumo da ópera, no mundo das coisas reais: os tubarões do Vale do Silício apostam em um mercado avaliado em 4,1 bilhões de dólares em 2022 e que pode alcançar 6 bilhões de dólares em 2030. Mas não será tarefa fácil vencer na brincadeira. Mesmo os mais fanáticos usuários de tecnologia olham desconfiados para os óculos modernosos — logo depois do lançamento, as ações da Apple caíram ligeiramente. É ver para crer.
Publicado em VEJA de 14 de Junho de 2023, edição nº 2845