EUA usariam redes sociais para espionar imigrantes
Acusação foi feita por organização de defesa da liberdade de expressão
A Electronic Frontier Foundation (EFF) – organização internacional sem fins lucrativos que tem por objetivo proteger a liberdade de expressão na internet – afirmou nesta semana que o governo dos Estados Unidos vem usando as redes sociais para espionar pessoas que requisitaram cidadania no país. O Departamento de Segurança Interna norte-americano (DHS, na sigla em inglês) manteria uma unidade especial para monitorar os sites e obter informações que indicassem fraudes no processo de imigração e cidadania.
Um memorando do DHS supostamente descoberto pela EFF revelaria a tática do governo. “Tendências narcisistas levam as pessoas a adicionar vários contatos, muitos deles desconhecidos. Isso pode ser encarado como uma excelente vantagem para o departamento de detecção de fraudes, que pode observar a vida de beneficiários e candidatos suspeitos”, diz o documento. Além disso, os próprios funcionários do órgão do governo norte-americano seriam estimulados a fazer amizade com os “suspeitos” pela rede.
Jennifer Lynch, advogada da fundação de defesa da liberdade de expressão, afirma que qualquer pessoa pode se tornar alvo das suspeitas. “Além disso, o memorando do DHS não fala se os seus agentes devem informar sua função ou mesmo nome verdadeiro ao fazer contato com o usuário da rede social. Sem essas informações, eles podem enganar as pessoas e monitorar suas atividades”, diz.
A advogada admite que a agência governamental tem razões justificáveis para ficar atenta a redes sociais como Facebook e MySpace, populares nos Estados Unidos. Contudo, ela critica a forma como as investigações têm sido conduzidas pelas autoridades.