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Terapia em gel pode se tornar alternativa para reposição hormonal no homem

Androgel, uma testosterona sintética em forma de gel, está em fase de aprovação pela Anvisa. Se aprovado, produto deve entrar no mercado em 2013

Por Aretha Yarak
14 nov 2012, 18h59

A reposição hormonal masculina pode se tornar mais fácil e indolor em 2013. Ainda em fase de aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o androgel é um método de tratamento eficiente e indolor, quando comparado às injeções oleosas e doloridas disponíveis hoje no mercado nacional. O tratamento com a testosterona sintética em forma de gel, aplicado diariamente sob a pele, foi apresentado durante o 30º Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia, em Goiânia, realizado na última semana.

O hipogonadismo tardio do adulto (HPA) é uma síndrome relacionada ao envelhecimento, causada por baixos níveis de testosterona no homem. Estima-se que 25% dos homens acima dos 70 anos tenham a condição, que começa a se desencadear a partir da quarta década de vida. “Com o envelhecimento da população, a reposição hormonal no homem tem estado mais em voga. A classe médica precisa começar a ficar mais atenta”, diz Karla Melo, endocrinologista da Equipe de Diabetes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo (USP).

Sintomas – Os sinais do HPA são, normalmente, de ordem sexual, como diminuição da libido, disfunção sexual e crescimento mais lento dos pelos da face. Há ainda sintomas inespecíficos e frequentes em idosos, o que dificulta o diagnóstico – como diminuição da densidade mineral óssea (osteopenia e osteoporose), distúrbios do sono, triglicérides, colesterol e anemia. “O diagnóstico é muito complicado, porque o homem não gosta de comentar que está com problemas de ereção. Isso é associado à perda de virilidade”, diz Karla.

Em casos onde essa deficiência de testosterona acontece na fase da pré-puberdade, os sintomas costumam ser voz juvenil, diminuição da massa muscular, braços e pernas muito longas, crescimento das mamas e osteoporose. Nesses casos, as causas da síndrome podem ser de ordem genética, ter como origem uma deficiência enzimática ou derivada de traumas testiculares, doenças autoimunes, desnutrição, quimioterapia ou exposição à radiação ou a substâncias tóxicas.

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Terapia – O tratamento do HPA é feito por meio de reposição hormonal – de maneira similar à reposição na mulher. No mercado brasileiro estão disponíveis hoje apenas injeções de durações curta (10 a 21 dias) e longa (12 semanas). “Essas injeções são oleosas e muito doloridas”, diz Karla. As de curta duração têm ainda um pico muito alto de liberação do hormônio, o que pode levar a um estímulo excessivo da próstata, seguido de uma baixa considerável nos níveis da substância.

Caso a Anvisa aprove a entrada do androgel no mercado nacional, o medicamento poderá ser uma alternativa para as temidas injeções. De acordo com Karla, o gel é aplicado diariamente sob a pele e tem uma liberação mais homogênea do hormônio no organismo – sem a presença de picos. Segundo a especialista, nos Estados Unidos, onde foi aprovado pelo FDA (agência sanitária americana), o androgel é líder de mercado, dada sua eficácia e facilidade de aplicação. No Brasil, o androgel deixou de ser vendido depois que a farmacêutica responsável por sua produção saiu do país. Outra empresa assumiu recentemente a confecção do medicamento, que precisou passar por todo o processo de aprovação novamente na Anvisa. “Esperamos que a volta do gel facilite também o tratamento dos homens brasileiros.”

Entre os possíveis riscos do gel estão a atrofia dos testículos, aumento excessivo das mamas e infertilidade. “Assim como na reposição hormonal da mulher, é preciso monitorar continuamente o tratamento no homem”, diz Karla.

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