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SP registra primeiro caso na história do superfungo Candida auris

Pernambuco vive surto do micróbio, que chega a matar metade dos infectados

Por Diego Alejandro
Atualizado em 8 jun 2023, 17h37 - Publicado em 8 jun 2023, 17h12

O primeiro caso de contaminação pelo superfungo Candida auris em São Paulo na história foi confirmado pela Secretaria de Estado da Saúde nesta quarta-feira, 7. O microrganismo foi registrado em um recém-nascido prematuro, no dia 18 de maio, que apresenta boa evolução clínica desde então.

Além disso, Pernambuco, que vive um surto do micróbio, informou ter detectado nove novas infecções desde o início de maio.

Em nota técnica, a secretaria de Saúde pernambucana (SES-PE) diz que “surtos de Candida auris são eventos de interesse da Saúde Pública e precisam ser identificados e controlados o mais rápido possível”. O patógeno pode infectar o sangue, levando a casos agressivos e muitas vezes letais, especialmente para pessoas imunossuprimidas. Estimativas apontam que de 30% a 60% dos contaminados morrem.

Foi também em Pernambuco que o Brasil registrou o maior surto de C. auris, segundo um trabalho recente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Foram 48 casos da doença identificados entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022 na capital Recife, número mais alto desde que o fungo foi confirmado pela primeira vez no país, em dezembro de 2020, em Salvador, Bahia.

Desde março de 2017, o Brasil possui um documento com orientações de como os serviços de saúde (hospitais, clínicas, laboratórios, entre outros) devem proceder para prevenir e controlar a disseminação desse fungo.

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Candida auris

O fungo é um agente causador de doenças oportunistas – causadas por organismos que normalmente não causam o adoecimento de pessoas com a imunidade em dia – e foi relatado pela primeira vez no Japão em 2009, em um caso de otomicose. Desde então, foi identificado em todos os continentes, com exceção da Antártica. A origem exata do microrganismo, porém, ainda é pouco conhecida. 

A teoria mais fundamentada atribui o surgimento e a disseminação pelo planeta às mudanças climáticas e ao aquecimento global. Na maioria dos casos, ele acomete pessoas com o sistema imunológico comprometido, como idosos e imunossuprimidos, em ambientes hospitalares – ou seja, que já estavam internadas.

O fungo mortal foi considerado uma ameaça urgente à saúde pública pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e se espalhou em uma “taxa alarmante” durante a pandemia, segundo um alerta da entidade. Além disso, ele se mostra muito resistente aos medicamentos antifúngicos comuns e, por isso, apresenta alta letalidade.

O CDC aponta que quase metade dos pacientes que contraem Candida auris morre em 90 dias. Mas, na época do alerta, Meghan Lyman, médica de doenças micóticas do órgão, destacou que uma razão para a alta letalidade é que as pessoas infectadas também estão lidando com vários outros problemas de saúde, já que costumam estar internadas por outros motivos.

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Outro ponto que o torna uma grande preocupação é sua difícil identificação com métodos laboratoriais padrão, “podendo ser identificado erroneamente em laboratórios sem tecnologia específica. A identificação incorreta pode levar a uma gestão inadequada”, explica o CDC.

Ao longo de 2021, foram 1.474 casos clínicos nos Estados Unidos, um aumento de cerca de 200% em relação aos quase 500 casos em 2019.

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