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Saiba qual produto químico comum é associado a um maior risco de Parkinson

Estudo revela que tricloroetileno, encontrado em corretivos escolares e removedores de tinta, aumenta em 500% a chance de desenvolvimento da doença

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 abr 2023, 16h52 - Publicado em 11 abr 2023, 16h31

Um estudo recente, publicado no Journal of Parkinson’s Disease, apontou um produto químico comum, utilizado em corretivos escolares, removedores de tinta, produtos para a limpeza de armas e produtos de limpeza em aerossol e lavagem a seco, como um potencial responsável pelo significativo aumento de pessoas com Doença de Parkinson, cujo Dia Mundial de Conscientização é celebrado nesta terça-feira, 11 de abril.

Segundo pesquisadores da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, o tricloroetileno está associado ao aumento de 500% do risco de desenvolvimento da doença que causa tremores, rigidez muscular, lentidão nos movimentos e problemas de equilíbrio e coordenação pela perda de células nervosas no cérebro que produzem um neurotransmissor chamado dopamina.

Ray Dorsey, médico, pesquisador e principal autor da pesquisa, afirmou, no entanto, que a doença pode ser “evitável”. Segundo o especialista, o tricloroetileno já foi ligado ao câncer e outros problemas graves de saúde e, portanto, a melhor saída seria proibir esses produtos químicos. “Assim, a doença de Parkinson seria cada vez mais incomum”, declarou.

Atualmente, cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com a doença considerada uma das condições neurodegenerativas mais comuns em todo o mundo. No Brasil, acomete cerca de 200 mil pessoas, de acordo com dados da Fundação Internacional de Parkinson. Como é uma condição diretamente associada ao envelhecimento da população, acredita-se que esses números aumentem bastante nos próximos anos.

“A doença de Parkinson é uma condição médica que afeta o sistema nervoso e, embora a idade seja um fator de risco para a doença, nem todas as pessoas idosas desenvolvem a condição”, diz Vanessa Milanese, neurocirurgiã, especializada em Parkinson e Diretora de Comunicação da Sociedade Brasileira de Nerurocirurgia. “O envelhecimento pode levar a uma diminuição gradual na capacidade física e mental, mas isso geralmente ocorre de forma lenta e gradual, enquanto a doença de Parkinson pode causar sintomas mais dramáticos que se desenvolvem mais rapidamente”.

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Os tratamentos para a doença incluem medicamentos que aumentam os níveis de dopamina no cérebro, terapia ocupacional e fisioterapia para ajudar a melhorar a mobilidade e a coordenação. Em alguns casos, é necessária a cirurgia cerebral. “Cada pessoa com Parkinson é única, e por isso, o tratamento deve ser individualizado, considerando as necessidades e características de cada paciente. Além disso, o acompanhamento multidisciplinar é essencial para garantir a qualidade de vida e o bem-estar dos pacientes”.

Boas notícias

Uma das apostas atuais para o tratamento da Doença de Parkinson é a Estimulação Cerebral Profunda (ECP). Também conhecida como marca-passo cerebral, é uma técnica cirúrgica feita com paciente acordado, que reverte os sintomas a curto e longo prazo. A partir de implantes de pequenos eletrodos em estruturas específicas do cérebro, os pacientes parkinsonianos recuperam a coordenação motora após 40 minutos do início da cirurgia, hoje realizada em dois hospitais no Paraná: o Hospital Universitário Cajuru, que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o Hospital Marcelino Champagnat, que recentemente obteve sucesso com o caso do padre Valnei Pedro Reghelin, um dos pacientes que após realizar a cirurgia, não apresenta mais nenhum sintoma da doença.

A terapia mais recente, porém, é o Exablate Neuro, um novo aparelho baseado nas tecnologias de ultrassom e ressonância magnética, que promete amenizar de maneira menos invasiva os tremores do Parkinson, controlando os sintomas em até 85% dos casos com apenas uma sessão, segundo o fabricante. Trazido ao Brasil pela Strattner, já foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2021, mas ainda não está disponível em clínicas e hospitais.

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