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Refrigerante comum pode aumentar o risco de parto prematuro

Extensa pesquisa concluiu que a probabilidade pode ser até 40% maior entre grávidas com sobrepeso e que consomem a bebida diariamente

Por Da Redação
30 ago 2012, 11h51

Um estudo feito com mais de 60.000 grávidas indicou uma relação entre o consumo de refrigerantes comuns, com açúcar, e um risco mais elevado de parto prematuro. Segundo os resultados, publicados na edição de setembro do periódico The American Journal of Clinical Nutrition, essa probabilidade pode ser 25% maior entre mulheres que ingerem mais do que uma dose desse tipo de bebida por dia quando comparadas com aquelas que nunca consomem o produto.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Association between intake of artificially sweetened and sugar-sweetened beverages and preterm delivery: a large prospective cohort study

Onde foi divulgada: periódico The American Journal of Clinical Nutrition

Quem fez: Linda Englund-Ögge, Anne Lise Brantsæter, Margareta Haugen, Verena Sengpiel, Ali Khatibi, Ronny Myhre, Solveig Myking e outros

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Instituição: Universidade Sahlgrenska, Suécia,

Dados de amostragem: 60.761 grávidas

Resultado: Comparadas com mulheres que nunca bebem refrigerante comum, aquelas que consomem a bebida mais do que uma vez ao dia têm um risco 25% maior. A probabilidade é 40% mais elevada quando comparadas apenas mulheres obesas

Essa não é a primeira vez em que pesquisas apontam para a influência da dieta alimentar materna sobre as chances de um parto prematuro – o alto consumo de gordura, de carne vermelha e de alimentos calóricos também já foi classificado como prejudicial à gestação, segundo os autores.

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Esse estudo, desenvolvido na Universidade Sahlgrenska, na Suécia, analisou os dados de 60.761 mulheres grávidas que participaram de um levantamento sobre saúde materna e infantil entre os anos de 1999 e 2008. Ao longo da gestação, elas responderam a questionários sobre estilo de vida e alimentação, incluindo a quantidade de refrigerantes com adição de açúcar que elas consumiam.

No período da pesquisa, foram registrados 3.281 partos prematuros – cerca de 5,5% de todos os nascimentos. Os resultados indicaram que, quando comparadas às mulheres que nunca consumiam refrigerantes, aquelas que ingeriam apenas uma dose (um copo) da bebida ao dia apresentaram um risco 11% de terem um parto prematuro.

Excesso de peso – Os autores do estudo concluíram que o sobrepeso também contribui significativamente para esse risco. Quando comparadas apenas as mulheres que eram obesas, aquelas que consumiam ao menos uma dose de refrigerante por semana foram 30% mais prováveis de terem um parto prematuro do que aquelas que nunca ingeriam a bebida. O risco chegou a ser 41% maior entre aquelas que bebiam ao menos uma dose de refrigerante por dia.

No artigo, os pesquisadores lembram que o consumo de refrigerante costuma estar associado a outros fatores de risco para o parto prematuro, como um estilo de vida não saudável, obesidade e diabetes. “No entanto, nós não queremos dizer, com esses resultados, que as grávidas devem evitar a qualquer custo o consumo de refrigerantes açucarados, mas sim que elas devem reduzir essa ingestão e comer mais frutas e legumes na gestação”, diz Linda Eglund-Ogge, que coordenou o trabalho.

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Opinião do especialista

Mário Martinez

Ginecologista e obstetra do Hospital São Luiz, de São Paulo

“Essa associação já era, de certa forma, conhecida pelos médicos. Não especificamente em relação aos refrigerantes, mas sim ao excesso de açúcar em geral, que é prejudicial para grávidas e bebês.

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Uma gestante que consome excessivamente alimentos e bebidas que contêm muito açúcar aumenta, obviamente, os níveis da substância em sua corrente sanguínea. Com isso, mais açúcar vai para o bebê, fazendo com que ele cresça e ganhe peso mais rapidamente (macrossomia fetal). Como eles ficam muito grandes, e útero se extende mais, predispondo ao parto prematuro. O excesso de açúcar também pode provocar diabetes na mãe e no bebê.

Por esses motivos, recomendamos que as gestantes consumam menos açúcar. Além dos prejuízos ao bebê, o excesso pode contribuir para o ganho de peso na gravidez, que provoca problemas de saúde e também desconfortos, como dores nas costas, por exemplo.

No entanto, essas mulheres não devem evitar completamente o açúcar, já que é essencial que elas sigam uma dieta equilibrada que contenha todos os nutrientes necessários.”

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