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Quem precisa de um check-up presidencial?

O check-up anual do presidente americano Barack Obama inclui mais de 30 exames. Médicos dizem que um homem comum de 50 anos não precisa de tanto para manter sua saúde em dia

Por Natalia Cuminale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 Maio 2016, 16h35 - Publicado em 13 nov 2011, 09h17

A elogiável transparência com que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula agiram em relação a seus problemas de saúde é algo recente no Brasil. Ambos concordaram em tornar públicos doenças e tratamentos para que a nação pudesse manter-se informada, e sempre com clareza. Dilma fez isso enquanto ainda estava em campanha, mas nem sempre foi assim e em muitos países ainda não é. Nos Estados Unidos, porém, trata-se de uma tradição. Em 1956, por exemplo, o jornal The New York Times publicou um relatório médico sobre a condição de saúde do presidente Dwight D. Eisenhower. Ele pretendia se reeleger , mas um ano antes havia sofrido um ataque cardíaco que provocara queda de 6,5% no índice Down Jones.Eisenhower precisava, portanto mostrar ao país que estava recuperado. Com o tempo, e com a aprovação dos presidentes, a divulgação do estado de saúde tornou-se rotina em Washington.

Barack Obama, quando decidiu candidatar-se à presidêcia, divulgou por iniciativa própria um relatório médico detalhado, que atestava sua boa condição física geral. Ao ser eleito, ele foi submetido a dois check-up de rotina para comprovar que estava apto a cumprir suas obrigações com a nação – a partir daquele momento até o fim do mandato. A Casa Branca divulgou os dados médicos no fim de outubro, atestando que ele goza de boa saúde. O presidente largou o cigarro, está com o peso ideal e é ativo na prática de exercícios. Não é diabético, sua pressão é normal e seu colesterol está sob controle.

Para chegar a esses dados, Obama teve que necessariamente submeter-se a uma série de exames. De acordo com a clínica de diagnósticos americana Concierge Medicine, uma das mais conceituadas em medicina de diagnóstico do país, foram mais de trinta avaliações. Desde uma simples e rotineira análise da história clínica do paciente, até os exames mais sofisticados como o doppler de carótidas, um recurso de precisão que pode auxiliar no diagnóstico de aterosclerose. Obama está bem assessorado pelos melhores médicos e tem acesso às últimas novidades da tecnologia na área de saúde. As vantagens de tanta precaução parecem tão óbvias que pessoas comuns podem lamentar a falta de oportunidade – e dinheiro -para submeter-se a uma bateria idêntica de exames. Mas será que é mesmo necessário todo esse cuidado? Até que ponto um homem comum, na mesma idade de Obama, 50 anos, precisa entregar-se a todas as máquinas que a medicina já inventou para garantir a prevenção de doenças ou um diagnóstico rápido?

Especialistas tranquilizam: “Grande parte desses exames são desnecessários. Nem todos precisam ser feitos anualmente”, diz Silvio Luiz Cardenuto, clínico geral e pneumologista da Santa Casa, em São Paulo. “É preciso pensar no custo-efetividade desses exames”, afirma Carlos Costa Magalhães, cardiologista e diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp). Por exemplo, a análise cardiovascular de Obama tinha exames comuns, como o eletrocardiograma, e avançados como a angiotomografia coronariana. A complexidade de cada um varia muito, assim como o preço, 194 reais e 2000 reais, respectivamente. “Com eletrocardiograma e teste ergométrico você obtém 80% das informações necessárias para determinar prevenção e tratamento de problemas no coração. Os exames mais avançados servem para aprofundar essa avaliação em casos específicos”, explica Magalhães. Para a maioria os exames básicos bastam e isso não significa que esses pacientes estejam sendo menos, ou pior, assistidos clinicamente.

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Uma pessoa com boa saúde deve realizar os check-up anuais, mas a determinação de exames específicos ou mais sofisticados depende de uma série de fatores que devem ser avaliados pelo médico. Só uma consulta detalhada e o conhecimento do histórico do paciente podem orientar a decisão sobre pedidos de exames específicos, caso contrário, eles são dispensáveis. Ainda assim, os que fizerem questão de recorrer a um check-up presidencial terão que reservar um bom tempo livre e, principalmente, desembolsar uma boa quantia em dinheiro. Uma bateria semelhante à realizada por Obama não sai por menos que 7300 reais, em um hospital como o Sírio-Libanês, que trata a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Confira infográfico sobre a relação dos exames feitos pelo presidente americano e veja quais deles são necessários para um homem com a mesma idade de Obama:

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