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Queda na taxa de vacinação e testagem para Covid-19 preocupa especialistas

No Congresso Brasileiro de Infectologia, médicos ressaltam que combate ao vírus não é página virada (pelo contrário)

Por Diogo Sponchiato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 set 2023, 23h12 - Publicado em 20 set 2023, 15h35
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    Coronavírus: aumento de casos e nova variante reacendem alerta (Foto: AFP/Reprodução)

    SALVADOR – As pessoas se cansaram da Covid-19, mas o vírus não se cansou delas. E a falta de mobilização decorrente da sensação de que o problema está devidamente controlado pode contribuir para novas reviravoltas nesta pandemia que não terminou. Eis o alerta de especialistas reunidos no congresso da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), em Salvador, que enfatizam a necessidade de mantermos a vigilância e a testagem do patógeno e de melhorarmos as taxas de vacinação.

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    “Parece que estamos brincando com fogo. Temos um cenário de novas variantes, baixa cobertura vacinal e testagem lamentável, sem falar em outros vírus, como o da gripe aviária, circulando”, disse o infectologista Evaldo Stanislau, professor da Universidade de São Paulo (USP), na conferência dedicada à evolução da Covid-19.

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    Diante do aumento no número de casos e da disseminação da variante Éris, medidas como a realização de testes para traçar um panorama da situação e resguardar a sociedade voltaram a ficar no holofote. Segundo Stanislau, as ferramentas de rastreamento e diagnóstico disponíveis hoje, a exemplo dos exames de PCR e dos testes de antígeno, são armas essenciais para a contenção do vírus.

    Nesse sentido, o professor reforçou não só a importância da vigilância na assistência médica, com a testagem na admissão hospitalar mesmo quando o paciente chega sem sintomas, mas também a chamada vigilância na comunidade, com a análise de amostras populacionais capazes de ajudar a montar um retrato da circulação do coronavírus.

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    Stanislau lidera o Projeto Sentinela, em Cubatão, na Baixada Santista (SP), que realiza testagens semanais em um pequeno, porém representativo contingente da população (2 a cada 1 mil pessoas) a fim de apurar, entre indivíduos assintomáticos, a presença viral. “Descobrimos picos da infecção antes do aumento de internações por Covid”, contou. “É uma estratégia que pode ser usada por equipes e unidades de saúde da família para acompanhar a situação”.

    O médico relata que experimentos com testagem conduzidos em países como Estados Unidos e Áustria demonstram que a tática é custo/efetiva. O professor da USP participou de um programa baseado em testes de antígeno no setor privado brasileiro e concluiu que a medida ajuda a economizar milhões de reais.

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    “Precisamos testar para tratar os pacientes, uma vez que temos hoje antivirais disponíveis. Testar para proteger a comunidade. Testar para vigiar a epidemia e o surgimento de variantes. E testar para otimizar a utilização dos recursos”, resumiu o infectologista.

    LEIA TAMBÉM: Quem é a Eris, a nova variante do coronavírus que circula por aí?

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    A vacinação

    Os números atuais indicam que a imunização contra a Covid-19 está longe do cenário ideal, com a subutilização de doses e reforços. Mas já parece consensual que a resposta imunológica desencadeada pela vacina tende a cair com o tempo, sendo um fator crítico para que as pessoas recebam as picadas periodicamente.

    “Estamos vendo que as vacinas protegem mais contra as formas graves da doença e menos contra a reinfecção pelo vírus”, disse o infectologista Gabriel Almeida, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Botucatu, na mesma mesa-redonda sobre evolução da Covid-19.

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    A efetividade do imunizante – isto é, quanto realmente ele blinda a população no mundo real – tem sido alvo de pesquisas pelo planeta, envolvendo sobretudo as vacinas de RNA (Pfizer e Moderna). Embora a taxa de proteção supere os 90% na prevenção de hospitalizações e óbitos, os estudos vêm mostrando que a efetividade diminui com o passar dos meses e é menor em alguns grupos, como idosos e pacientes imunossuprimidos.

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    “As pesquisas apontam que a efetividade vacinal é menor em pessoas com faixa etária mais alta, portadores de doenças autoimunes, transplantados e indivíduos em tratamento de câncer, mas o nível de anticorpos delas tende a se recuperar com as doses de reforço”, relatou a infectologista Ho Yeh Li, consultora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

    A professora afirmou que algumas questões permanecem em aberto, como definir melhor o intervalo ideal de doses e reforços da vacina de acordo com as particularidades e comorbidades e que tipo de imunizante deve ser administrado periodicamente, uma vez que os estudos sugerem que esquemas com uso de fórmulas diferentes podem ser mais eficazes para a resposta imune. “O ideal seria personalizar as recomendações de vacinação para alguns grupos.”

    Ho Yeh Li sinalizou preocupação com o índice de vacinação atual e ressaltou a urgência de se avançar nas estratégias de imunização no Brasil, tendo em vista que entidades como o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos EUA, já atualizaram suas orientações de esquema básico e doses de reforço para grupos de maior risco.

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