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Para seu bebê aprender rápido, faça-o desafiar as leis da física

Estudo publicado na revista 'Science' revela que crianças até 11 anos aprendem mais com experiências que contradizem suas noções do mundo, como bolas que atravessam sólidas paredes

Por Da Redação
3 abr 2015, 14h22

Crianças costumam adorar novidades. Podem passar horas brincando com objetos novos, jogando-os pela casa, ações que fazem parte do processo de aprendizado infantil. No entanto, estudo publicado na revista Science nesta sexta-feira revela que quando esses objetos desafiam conceitos físicos, como as leis da gravidade, o aprendizado é bem mais rápido.

Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, fizeram uma série de experimentos com 110 crianças de 11 meses e descobriram que, quando as crianças estão diante de objetos ou experiências que vão contra algumas noções básicas do funcionamento do mundo, como bolas que atravessam paredes ou carrinhos de brinquedo que flutuam no ar, as crianças ficam mais surpresas, curiosas e aproveitam a experiência para aprender.

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“Para as crianças, o mundo é um lugar extremamente complexo, cheio de estímulos. Como elas sabem no que devem prestar atenção e aprender e o que devem ignorar? Nossa pesquisa sugere que as crianças usam o que já sabem sobre o mundo para fazer previsões. E quando essas previsões se mostram erradas, elas usam isso como uma oportunidade especial para aprender”, diz Lisa Feigenson, professora de psicologia e ciências do cérebro da Universidade Johns Hopkins e uma das autoras do estudo.

Aprendizado rápido – Os cientistas partiram da hipótese de que as crianças têm desde muito cedo algumas ideias sobre como funciona o ambiente ao redor delas. Elas saberiam que há objetos sólidos que não devem ser atravessados ou que, ao serem jogados, os objetos caem no chão. Com isso, a equipe de pesquisadores submeteu parte dos bebês a experiências que desafiariam essas regras. Apresentaram a eles bolas que passaram pelas paredes ou carrinhos que, ao chegarem a um buraco não caíam, mas ficavam no ar. A outra parte das crianças assistiu às experiências como elas acontecem no mundo real: bolas que param em frente a paredes e carrinhos que caem.

Em seguida, os pesquisadores deram os objetos para os bebês e mediram como reagiam a eles. As crianças que viram as experiências surpreendentes exploravam mais os objetos, batendo a bola para verificar se era realmente sólida ou jogando o carrinho no chão para avaliar se caía ou não, ao contrário do outro grupo. Os cientistas também mediram, por meio de sons e avaliações, as taxas de aprendizado das crianças. Aquelas que viram as experiências desafiadoras se saíram significantemente melhor. Em seu artigo, os autores afirmam que os bebês submetidos aos experimentos surpreendentes estavam testando hipóteses sobre o modo de agir dos objetos em relação a suas noções de realidade – como pequenos cientistas.

“O comportamento dos bebês não é apenas um reflexo em resposta à novidade, mas reflete tentativas de aprender sobre aspectos do mundo que não correspondem a suas expectativas”, afirma a psicóloga Aimee Sahl, também autora do artigo.

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Conhecimento infantil – Esse não é o primeiro estudo a assumir que os bebês nascem ou desenvolvem desde muito cedo um conhecimento sólido sobre o mundo, mas é o único a colocar em teste a ideia de que o aprendizado infantil, desde os primeiros meses, não envolve apenas a observação do mundo, mas também o exame de hipóteses e de informações contraditórias para provar ou não o conhecimento.

A equipe sugere no artigo que esse conhecimento sobre o aprendizado infantil pode ajudar pais e educadores a melhorar o ensino das crianças, usando surpresas e desafios no cotidiano.

(Da redação)

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